terça-feira, 22 de abril de 2025

Vaticano confirma: Papa Francisco será enterrado no próximo sábado (26)

O Vaticano confirmou que o funeral do Papa Francisco será realizado no próximo sábado, 26 de abril, às 10h da manhã (horário local), na Praça de São Pedro. A Missa das Exéquias será celebrada na data, seguida do sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior. Em 23 de abril, esta quarta-feira, o corpo será transportado à Basílica de São Pedro.

Foto: Vatican News


Francisco faleceu na manhã de segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, em sua residência na Casa Santa Marta, após sofrer um AVC que evoluiu para coma e falência cardíaca irreversível. O anúncio oficial foi feito pelo camerlengo, cardeal Kevin Farrell, poucas horas depois do falecimento, conforme o protocolo do Vaticano.


Desde a quarta-feira (23), o corpo do Papa está exposto para visitação dos fiéis na Basílica de São Pedro, disposto conforme seu desejo: sem catafalco, com o caixão ao nível do solo e sem báculo papal, para que todos possam se despedir sem distinção de hierarquia. Francisco pediu em testamento que sua despedida fosse uma de simplicidade, sem honras excessivas ou símbolos de poder.


A missa exequial será presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, cardeal Giovanni Battista Re, seguindo o protocolo para a morte de um papa em exercício, mas com adaptações solicitadas pelo próprio Francisco para simplificar o ritual. Entre as mudanças, destaca-se o uso de um caixão de madeira simples, forrado de zinco, e o fim da tradição de exibir o corpo em uma plataforma elevada.

O sepultamento ocorrerá na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, atendendo ao pedido pessoal do pontífice, tornando-o o primeiro papa desde Leão XIII (1903) a ser enterrado fora do Vaticano. Francisco escolheu esse local por sua devoção à Virgem Maria e por ter iniciado e encerrado ali todos os seus grandes momentos de oração durante o pontificado.

Líderes mundiais e homenagens

Diversos chefes de Estado e líderes mundiais confirmaram presença no funeral, incluindo os presidentes da Argentina, Brasil, França, Itália, Ucrânia e Estados Unidos, além do príncipe William, representando o Reino Unido. A cidade de Roma decretou luto oficial, com o cancelamento de eventos públicos em sinal de respeito.

Sucessão

Após a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica entra inicia o processo para garantir a sucessão do novo Pontífice, que acontece seguindo um protocolo milenar que envolve várias etapas. Inicia-se com o período da chamada Sé Vacante, período em que a Igreja é temporariamente liderada pelo Camerlengo, cardeal responsável por administrar os bens e as questões urgentes do Vaticano, além de organizar os preparativos para a eleição do novo Papa.

Nos dias seguintes, ocorre o período de luto oficial, conhecido como novemdiales, com missas em homenagem ao Papa falecido durante nove dias consecutivos. O velório e o funeral são realizados na Basílica de São Pedro, reunindo fiéis, autoridades religiosas e chefes de Estado de todo o mundo.

Entre 15 e 20 dias após a morte do Papa, o Colégio dos Cardeais convoca o Conclave, assembleia secreta e isolada que escolherá o novo líder da Igreja Católica. Apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a votar. Eles se reúnem na Capela Sistina, onde ficam isolados do mundo exterior – sem acesso a comunicação, jornais, rádio ou televisão – para garantir a confidencialidade do processo.

Durante o Conclave, os cardeais realizam até quatro votações diárias – duas pela manhã e duas à tarde. Para ser eleito, um candidato precisa obter pelo menos dois terços dos votos. Caso não haja consenso, as cédulas são queimadas em uma fornalha dentro da Capela Sistina, produzindo fumaça preta, sinalizando que a eleição continua. Quando um cardeal alcança a maioria necessária, a fumaça branca sai da chaminé, anunciando ao mundo que um novo Papa foi escolhido.

Após a eleição, o decano do Colégio dos Cardeais pergunta ao eleito se aceita o cargo. Com a aceitação, o novo Papa escolhe seu nome e é anunciado oficialmente pelo cardeal protodiácono na sacada da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase “Habemus Papam!” (Temos um Papa!). Em seguida, o novo pontífice concede sua primeira bênção Urbi et Orbi à cidade de Roma e ao mundo.

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