segunda-feira, 24 de março de 2025

Semana terá julgamento de Bolsonaro no STF


 

A semana iniciada nesta segunda-feira (24) será de atividade intensa no Judiciário: a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deverá decidir sobre acatar ou não a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros membros de seu governo acusados de articular um golpe de Estado durante o período eleitoral de 2022. Caso votem por acatar, Bolsonaro será declarado réu.

Ao longo do julgamento, previsto para começar terça (25) e durar até quinta (27), o palácio do STF contará com segurança reforçada.

O presidente Lula, principal rival de Bolsonaro, não estará presente para ver o resultado. Ele está a caminho do Japão, acompanhado dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Com isso, a previsão é de pauta fria no Plenário das duas Casas. Davi e Hugo retornam no dia 27, mas o chefe de governo seguirá em viagem para o Vietnã, onde ficará até o dia 29.

Julgamento de Bolsonaro

O Supremo Tribunal Federal (STF) dará início na terça-feira (25) ao julgamento sobre a aceitação da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete investigados por tentativa de golpe de Estado. A acusação tem como base um inquérito da Polícia Federal que aponta a atuação de uma organização golpista no interior do governo.

Entre os episódios citados pela PGR está a reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em que Bolsonaro teria buscado desacreditar o sistema de urnas eletrônicas. A procuradoria também menciona a elaboração de um plano para assassinar o presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes durante a transição presidencial. O ex-presidente também é investigado por possível envolvimento nos ataques às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023.

Além de Bolsonaro, o STF julgará outros integrantes do primeiro escalão de seu governo, identificados como o "Núcleo 1" da denúncia grupo apontado como responsável pela organização da tentativa de golpe.

Entre eles estão o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto; o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ); o ex-ministro da Justiça Anderson Torres; o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno; o ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid; o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier; e o ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira.

O caso será analisado pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux. O julgamento deve durar até três sessões, entre terça e quinta-feira.

Os ministros poderão rejeitar a denúncia, encerrando o caso, ou aceitar a acusação e transformar os investigados em réus. Neste cenário, o processo seguirá para a fase de instrução, com coleta de provas e oitiva de testemunhas pelas partes envolvidas.

(Congresso em Foco)

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