segunda-feira, 17 de março de 2025

Bolsonaro pede anistia a condenados por 8 de Janeiro e diz que será um 'problema' para o STF "preso ou morto"

Mauro Pimentel/AFP

O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu, neste domingo (16), apoiadores na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. O ato pede "anistia" para as pessoas condenadas por envolvimento nos ataques de 8 de janeiro de 2023 em Brasília.

O político que presidiu o Brasil entre 2019 e 2022 chegou às 10h15 ao palco onde discursou. Além do ex-presidente, participaram do ato o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, o de São Paulo, Tarcísio Freitas, o de Santa Catarina, Jorginho Mello, e o de Mato Grosso, Mauro Mendes.

Os senadores Flávio Bolsonaro e Magno Malta, o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, a vice-presidente do PL, Priscila Costa, o deputado federal Nicolas Ferreira, o pastor Silas Malafaia, coordenador do evento, entre outros, também foram ao ato em Copacabana.

Em discurso, Bolsonaro afirmou que, mesmo "preso ou morto" vai continuar sendo um "problema" para o Supremo Tribunal Federal (STF).

"Eu estava nos Estados Unidos [no dia 8 de janeiro]. Se eu estivesse aqui, estaria preso até hoje ou, quem sabe, morto por eles. Eu vou ser um problema para eles, preso ou morto. Mas eu deixo acesa a chama da esperança, da libertação do nosso povo", discursou Bolsonaro.

O ex-presidente falou também que o tamanho da pena imposta pelo STF aos que foram detidos na Praça dos Três Poderes foi calculada para justificar uma condenação de 28 anos de prisão contra ele. "O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil".

Bolsonaro defendeu o projeto de anistia aos condenados pelo 8 de Janeiro e disse que "patriotas" fugiram do País para escapar do STF. Ele estava ao lado de familiares de Cleriston Pereira da Cunha, preso no dia dos atos golpistas, mas que morreu em novembro de 2023 na Penitenciária da Papuda, em Brasília.

O ex-presidente voltou a afirmar que a oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já tem votos suficientes para aprovar o projeto, o que também pode beneficiá-lo.

"Já temos votos suficientes para aprovar na Câmara. Nós seremos vitoriosos. Nós veremos aparecer a Justiça. Se não é para aquele outro Poder que existe para isso, pelo Poder Legislativo. Até se o Lula vetar, nós derrubaremos o veto", declarou o ex-presidente

Bolsonaro também atacou o ministro do STF Alexandre de Moraes que, segundo ele, teve uma "mão pesada" contra o PL nas eleições de 2022. E voltou a questionar se realmente perdeu o pleito na quantidade de votos, citando inquérito sigiloso do Supremo. A investigação motivou a inelegibilidade dele até 2030.

(AFP)

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