Na mira da Justiça Eleitoral por supostas condutas criminosas durante o pleito de 2024, os prefeitos Bebeto Queiroz, de Choró, e Braguinha, de Santa Quitéria, ambos do PSB, viraram alvo de um novo processo, desta vez dentro do próprio partido. A Executiva Estadual constituiu uma Comissão de Ética para conduzir um processo interno e elaborar um parecer sobre "as graves denúncias" envolvendo os dois gestores eleitos, que sequer chegaram a ser empossados.
“Recentemente, foram noticiadas graves denúncias que envolvem nossos filiados, situação que naturalmente demanda apuração rigorosa e isenta. Diante disso, esclarecemos que o partido está empenhado em conduzir o processo interno de averiguação de forma célere e responsável, em consonância com os valores que defendemos”, diz nota dirigida a filiados.
As chapas majoritárias eleitas em ambos os municípios foram impedidas de tomar posse do cargo por decisões judiciais, no âmbito de processos distintos que apuram as práticas de compra de votos, ameaça a candidatos adversários e eleitores e envolvimento com facções criminosas. O Ministério Público Eleitoral pediu a cassação do diploma dos vencedores em Choró e em Santa Quitéria, à medida que investiga a participação de ao menos mais 50 prefeituras nos esquemas em questão.
Devido à vedação judicial, além de Bebeto estar foragido há mais de um mês e de Braguinha estar em prisão domiciliar, as câmaras municipais das duas cidades decidiram prorrogar o prazo de posse dos prefeitos por tempo indeterminado. As medidas devem durar até decisão definitiva da Justiça Eleitoral ou até que seja proferida outra decisão judicial incompatível, ou em sentido contrário aos atos legislativos.
A Comissão de Ética do PSB é formada pela secretária dos Direitos Humanos do Ceará e primeira-vice-presidente do partido, Socorro França; pelo terceiro-vice-presidente do diretório estadual, Elias José; e pelo ex-deputado federal e primeiro-secretário da legenda, Denis Bezerra. (Ponto Poder)