A eleição de Evandro Leitão (PT) como novo prefeito de Fortaleza mal foi consolidada, e os olhares dos vereadores já se voltam para a nova composição da Casa com a disputa pela Presidência da Câmara Municipal. Embora a eleição para definir o próximo presidente da Casa só aconteça em 1º de janeiro, as especulações já começaram, mas a indicação passará por uma articulação que envolverá até cargos estaduais.
Base e oposição já falam do novo governo, antes mesmo da conclusão da legislatura e do fim da gestão José Sarto (PDT). Nos bastidores, três nomes são citados para o comando por aliados do novo prefeito: Leo Couto (PSB), Bruno Mesquita e Eudes Bringel, ambos do PSD.
Vereadores ainda falam sobre o assunto de forma reservada, mas alguns movimentos já estão em andamento. A negociação entre os partidos aliados e a capacidade dos parlamentares de captar apoio dentro do Legislativo serão critérios a serem observados.
Leo Couto aparece como candidato por ter já concorrido ao cargo no início da atual legislatura. Reeleito, ele é próximo do ministro Camilo Santana. O vereador é de família com tradição na Casa. O avô dele, Gerôncio Bezerra, e o pai, José Maria Couto, foram presidentes da Câmara Municipal de Fortaleza.
Eudes Bringel é vereador reeleito para o segundo mandato. É vice-presidente da Federação Cearense de Futebol e atuou em projetos estratégicos no Ceará Sporting Club. Muito próximo do prefeito eleito Evandro Leitão, Bringel é a aposta de pessoas com trânsito no novo comando municipal.
Quem também está no jogo é o vereador Bruno Mesquita. Ele é mais um aliado do prefeito Evandro Leitão e rompeu relações com a gestão Sarto para seguir com o grupo governista estadual.
Articulações em curso
Eleito por uma coligação ampla, formada por 10 partidos, Evandro terá que equilibrar os pratos para contemplar os aliados. As negociações sobre o próximo presidente da Casa certamente passarão pela articulação estadual.
Com a renúncia de Evandro do cargo de deputado estadual, a Casa terá um novo presidente, posto bastante cobiçado pelos aliados. Além disso, há uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) a ser indicada. A negociação entre as legendas certamente envolverá todos esses cargos.
PDT na oposição?
Com a maior bancada partidária eleita, com 8 vereadores, o PDT ocupa a Presidência da Casa atualmente com o vereador Gardel Rolim. Após a divisão de sua base entre as candidatura de André Fernandes e Evandro Leitão no segundo turno, o partido ainda tenta reunificar seus filiados para definir um rumo.
Uma possível candidatura da oposição para bater chapa poderá até acontecer, mas depende da articulação e de quantos vereadores ficarão na oposição ao novo gestor.
(Inácio Aguiar/Ponto Poder/DN)