O governador Elmano de Freitas (PT) empossou, na manhã desta
quarta-feira (31), 146 professores indígenas concursados do Ceará. Os
profissionais vão lecionar em 30 escolas de 10 etnias diferentes. O
momento contou com a participação da secretária estadual dos Povos Indígenas,
Juliana Alves, e da secretária estadual da Educação, Eliana Estrela. O
início do exercício profissional está marcado para o segundo semestre letivo de
2024, nesta quinta-feira (1º).
Conforme Elmano, que disse se tratar de “um dia de muita
alegria”, o Estado vai tentar realizar mais concursos para que se tenha
profissionais concursados nas escolas indígenas cearenses. “Vamos nos
sentar com a secretária dos Povos Indígenas, com a secretária de Educação, com
a Secretaria de Planejamento, para fazermos [o concurso] de maneira organizada”,
disse, ressaltando que ainda não existe uma data para um possível novo
concurso.
“A minha decisão é de que a gente possa continuar fazendo os
concursos, porque eu considero muito estratégico darmos consolidação ao projeto
político de escolas indígenas do Ceará com professores concursados. É
muito importante para a qualificação, para a qualidade, a segurança e a
melhoria salarial dos professores indígenas”, completou.
Os profissionais selecionados passaram por concurso
realizado pela Universidade Estadual do Ceará, lançado em 20 de julho de 2023 e
homologado em abril deste ano. O processo seletivo foi constituído de três
etapas: prova objetiva; prova prática; e avaliação de títulos, sendo aprovados
no concurso os classificados pelas três fases e com a devida habilitação em
licenciatura em curso de nível superior. Os professores empossados, que irão
atuar nos diversos níveis da educação básica, atendem às seguintes etnias:
- Tapeba;
- Pitaguary;
- Anacé;
- Jenipapo-Kanindé;
- Tupinambá;
- Tapuia
Kariri;
- Kanindé
de Gameleira;
- Kanindé
de Aratuba;
- Potiguara;
- Tabajara;
- Kalabaça.
O CONCURSO
Ao ser anunciada, a seleção tinha um total de 200 vagas para
14 etnias diferentes. Entretanto, como destacou a secretária Juliana Alves
nesta quarta, não foi possível preencher o total. “O compromisso é que
possamos avançar em mais concursos, mas como sempre deixamos bem claro,
dialogando com os professores, com os povos, fazendo a escuta participativa,
para que não fazer um concurso de qualquer jeito, mas da forma como eles
gostariam de receber esse concurso”, concluiu. Atualmente, o Estado possui
mais de 800 professores indígenas.
A conversa com os povos, conforme a titular da pasta, é
importante para saber quais são suas prioridades. “Onde a gente pode estar,
chegar e atuar com mais celeridade, com mais agilidade, de acordo com a lista
prioritária que a gente está fazendo”. Assim, como destacou ela, o Governo
possui um planejamento em que são dispostas as origens de cada demanda, que
partem tanto dos professores como dos integrantes de um determinado povo.
“Estamos elaborando o planejamento para que tenhamos uma
atuação mais presente nesses espaços”, ressaltou.
Secretária estadual da Educação, Eliane Estrela, também
falou sobre o concurso e a posse. Segundo ela, o processo seletivo foi feito
respeitando a questão histórica e os saberes dos povos. A titular da pasta
destaca que, apesar da prova ter sido feita pela Uece, a Secretaria
Estadual da Educação (Seduc) e o Ministério Público ajudaram na construção do
edital, “todo feito dentro da lei, olhando a legalidade, e olhando também
para os saberes [dos povos]”.