Prefeitos de 20 das 26 capitais estaduais brasileiras vão poder
concorrer à reeleição no pleito marcado para outubro deste ano, aponta
levantamento do Brasil 61. Na região Sudeste, todos os quatro prefeitos
de capitais que estão no cargo estão aptos ao segundo mandato consecutivo. Nas
regiões Sul e Centro-Oeste, apenas um prefeito não poderá concorrer, enquanto
no Norte e no Nordeste, somente dois estão impedidos.
Apenas em Aracaju (SE), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Natal (RN), Palmas
(TO) e Porto Velho (RO) não há possibilidade de os atuais chefes do Executivo
concorrerem novamente, pois os gestores já estão no segundo mandato
consecutivo. São eles: Edvaldo Nogueira (PDT), Emanuel Pinheiro (MDB), Rafael
Greca (PSD), Álvaro Dias (PSDB), Cinthia Ribeiro (PSDB) e Hildon Chaves (União
Brasil).
Segundo o cientista político André Rosa, professor no Centro
Universitário do Distrito Federal (UDF), a história da democracia brasileira
mostra que os candidatos que estão no poder costumam levar vantagem sobre os
seus desafiantes e, assim, conquistar a reeleição. "Dificilmente, você
tira um candidato de uma reeleição", explica.
Prefeitos
do "centrão" dominam capitais brasileiras
O levantamento feito pelo Brasil 61 mostra que o PSD e o MDB são
os partidos políticos que mais predominam entre as siglas com prefeitos aptos à
reeleição nas capitais, ambos com quatro. Em seguida, vêm Republicanos, PP e
PL, cada um com dois prefeitos reelegíveis. Avante, PSOL, União Brasil, PSB,
PDT e PRD, por sua vez, têm um cada.
O recorte partidário aponta que o chamado "centrão" — grupo de
partidos sem clara orientação ideológica e que compõem a base de governos à
direita e à esquerda — domina as capitais brasileiras onde há possibilidade de
reeleição.
André Rosa afirma que a força do centrão nas capitais é reflexo da
diminuição da confiança dos eleitores nos partidos à esquerda do espectro
político-ideológico. "A gente percebe, desde 2016, um prognóstico de que
as prefeituras iriam diminuir. Do PT, principalmente, muito em decorrência da
Operação Lava Jato e do impeachment da presidente Dilma Rousseff. É um conjunto
de fatores que fizeram com que a centro-esquerda perdesse espaço no poder
público", avalia.
Segundo o cientista político, a possível continuidade dos partidos de
centro-direita à frente das grandes capitais brasileiras será importante na
corrida presidencial de 2026, devido à influência dos prefeitos desses
municípios no debate eleitoral.
Confira os
prefeitos que poderão se candidatar à reeleição em 2024
SUL
Sebastião Melo (MDB) – Porto Alegre (RS)
Topazio Neto (PSD)— Florianópolis (SC) *
SUDESTE
Ricardo Nunes (MDB) — São Paulo (SP)
Eduardo Paes (PSD) — Rio de Janeiro (RJ)
Fuad Noman (PSD) — Belo Horizonte (MG) *
Lorenzo Pazolini (Republicanos) — Vitória (ES)
CENTRO-OESTE
Adriane Lopes (PP) — Campo Grande (MS) *
Rogério Cruz (Republicanos) — Goiânia (GO) **
NORTE
Tião Bocalom (PL) — Rio Branco (AC)
David Almeida (Avante) — Manaus (AM)
Edmilson Rodrigues (PSOL) — Belém (PA)
Arthur Henrique (MDB) — Boa Vista (RR)
Antônio Furlan (MDB) — Macapá (AP)
NORDESTE
Bruno Reis (União Brasil) — Salvador (BA)
João Henrique Caldas (PL) — Maceió (AL)
João Henrique Campos (PSB) — Recife (PE)
Cícero Lucena (PP) — João Pessoa (PB)
José Sarto (PDT) — Fortaleza (CE)
Dr. Pessoa (PRD) — Teresina (PI)
Eduardo Braide (PSD) — São Luís (MA)
*
Tornaram-se prefeitos após os titulares renunciarem para concorrer ao governo
estadual.
** Tornou-se prefeito após a morte do titular.
Fonte: Brasil 61