Em um vídeo distribuído nas redes sociais
pelos perfis de aliados próximos, o ex-presidente Jair Bolsonaro convocou um
ato para o próximo dia 25 na Avenida Paulista, com o argumento de que quer usar
a ocasião para se defender, em meio às investigações da Polícia Federal. O
assessor e advogado do ex-presidente, Fabio Wajngarten, confirmou a realização
do evento.
Bolsonaro foi um dos alvos da operação Tempus
Veritatis na última semana e precisou entregar seu passaporte às autoridades. A
PF apura a participação do ex-presidente em uma articulação para dar um golpe
de Estado, impedindo as eleições de 2022 ou a posse do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). A revelação de uma reunião em que o ex-presidente fala em
"reagir" antes das eleições e as conversas de aliados sobre uma
possibilidade de ruptura aproximaram as investigações do ex-chefe do Executivo.
A PF também apura outros casos envolvendo o ex-presidente e seu entorno, como a
suposta venda de joias que pertenceriam a União, revelada pelo Estadão,
a criação de uma Abin paralela no governo, a falsificação de dados de cartões
de vacinação e a operação de milícias digitais.
No vídeo, Bolsonaro argumenta que o ato será
"pacífico" e pede que seus apoiadores evitem levar faixas
"contra quem quer que seja". Em atos anteriores convocados pelo
ex-presidente, tornou-se comum o surgimento de faixas pedindo intervenção
federal e atacando ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Olá amigos de todo Brasil. em especial
em São Paulo. No último domingo de fevereiro, dia 25, as 3h da tarde, estarei
na Paulista, realizando um ato pacífico em defesa do nosso estado democrático
de direito. Eu peço a todos vocês que compareçam trajando verde e amarelo e,
mais que isso: não compareçam com qualquer faixa e cartaz contra quem quer que
seja", diz Bolsonaro na publicação.
O ex-presidente afirma que, no evento, quer se
defender "de todas as acusações que têm sido imputadas" a ele.
"Mais do que discursos, uma fotografia de todos vocês, pois vocês são as
pessoas mais importantes desse evento. Para mostrar para o Brasil e para o
mundo a nossa união, as nossas preocupações, o que nós queremos",
completou.
(Agência Estado)