sábado, 30 de setembro de 2023

Reunião do PDT acaba em gritaria, briga, murro na mesa, acusação de agressão, aliados de RC deixam a sala


Terminou em briga mais uma reunião do diretório estadual do PDT Ceará. O presidente estadual da legenda, senador Cid Gomes, colocou em pauta nesta sexta-feira, 29, a deliberação sobre o partido apoiar ou não o governo Elmano de Freitas (PT). O assunto causou muita discussão e, a pedido do presidente nacional da sigla, André Figueiredo — licenciado da presidência estadual — pediu que o assunto fosse retirado de pauta.

Mesmo com a decisão de não tomar a decisão nesta sexta, houve muita confusão. Cid lidera o grupo que é favorável ao apoio formal. André é contra, alinhando-se como grupo do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, que preside a sigla em Fortaleza.

Na discussão, Cid afirmou que a posição de André, de ser contra apoiar o governo, é minoritária. "Já tá perdendo, só tem 25%". O senador acrescentou sobre o partido não formalizar o apoio: "Não fazer isso (apoiar oficialmente o governo) é ser falso, é ser hipócrita, é não fazer o certo".

O debate teve gritos e murro na mesa. André Figueiredo saiu falando em agressão. Um dos envolvidos seria o deputado estadual em exercício Guilherme Bismarck (PDT). Partidário da ala cidista, ele teria, segundo o grupo alinhado a André, levantado-se com intenção de intimidar.

 O bloco oposto argumenta que ele teria apenas se defendido. Houve tumulto, com muita gente se levantando e intervindo. "Calma, calma, por favor, por favor, Guilherme, Guilherme", intermediou Cid.Retirada do grupo de AndréO grupo de André e RC, com poucos representantes presentes, retirou-se em protesto.

"Não terminou bem", afirmou o deputado federal na saída. "Vamos tomar decisões, porque não dá para conviver com ditadura dentro do PDT".

Ele disse ainda: "Resolvemos nos retirar para não sermos coniventes com agressões descabidas dentro do PDT contra companheiros nossos".

Posição de Cid

Aos jornalistas, Cid Gomes assim comentou o que se passou: "Nós ficamos vendo o passado, pensando no futuro e aí as intervenções mais acoloradas acabaram provocando manifestações mais duras, alguns se incomodaram. Isso acabou acirrando os ânimos".

Ele demonstrou surpresa ao ser informado sobre a fala de “ditadura no PDT”. “Ditador? Eu fui acusado de ditador? Se fui acusado em minha defesa, o que eu faço é reunir as instâncias partidárias. Alguém pode ser ditador com essa característica? Faço reunião de 15 em 15 dias da Executiva e uma vez por mês do diretório. Isso é atitude de ditador? Eu não mereço esse título”.

(Júlia Duarte/O Povo)

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