O Exército informou neste domingo, 10, que, atendendo a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), vai afastar o tenente-coronel Mauro Cid de suas funções.
A instituição diz que o ex-ajudante de ordens da Presidência vai ficar agregado ao Departamento-Geral do Pessoal sem ocupar cargo.Mauro Cid deixou o Batalhão do Exército em Brasília na tarde de anteontem, quatro meses após ser preso na Operação Venire - investigação sobre suposto peculato eletrônico com a inserção de dados falsos nos sistemas do SUS para a emissão de carteiras de vacinação fraudadas em nome do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outras pessoas.
A soltura foi ordenada pelo ministro Alexandre de Moraes, que também homologou a delação premiada de Mauro Cid, que pode levar os investigadores a sanarem lacunas e avançarem nas apurações mais sensíveis que miram o ex-presidente Bolsonaro. O ex-ajudante de ordens é tido como peça central nos inquéritos que se debruçam sobre os ataques às urnas eletrônicas, os atos golpistas, as fraudes no cartão de vacinação do ex-chefe do Executivo e o suposto esquema de venda de joias e presentes entregues a Bolsonaro.
Cid deixou o cárcere, mas tem que cumprir uma série de medidas ordenadas por Moraes. No rol de restrições impostas ao tenente-coronel está seu afastamento do Exército. O militar está usando tornozeleira eletrônica, está proibido de deixar o País e teve seu passaporte cancelado. Também não pode se comunicar com outros investigados e usar as redes sociais.A partir de hoje, terá de se apresentar todas as segundas-feiras ao juízo de execuções de Brasília. Está proibido de deixar a capital federal, devendo ficar em recolhimento domiciliar durante as noites e os fins de semana. Também teve suspensos eventuais porte de armas e registro de CAC.
(Leia mais no estadão)