Dissidentes do PDT desembarcam, nessa segunda-feira (3), em Brasília, para acompanhar os desdobramentos de uma reunião da Executiva Nacional que pode mudar a composição do Diretório Estadual e inviabilizar mudanças no comando do partido no Ceará.
Se confirmada a troca de membros do Diretório, com a substituição de prefeitos, deputados estaduais e lideranças municipais que se opõem ao grupo que hoje dirige a legenda, ficará esvaziado o movimento deflagrado pelo senador Cid Gomes com o objetivo de destituir do cargo o presidente André Figueiredo.
Os dissidentes terão, no Distrito Federal, o acolhimento de Cid Gomes. O deputado estadual Osmar Baquit, que tem tido uma troca frenética de ligações e mensagens telefônicas com prefeitos e colegas parlamentares, é um dos pedetistas que preparam as malas para pegar o avião em direção ao Planalto Central.
BASTIDORES FERVILHAM
O Diretório Estadual é composto por 84 membros e a maioria acompanha o grupo dissidente que marcou, para o dia 7, uma reunião em Fortaleza para discutir mudanças na cúpula do PDT.
A sigla está longe de reconquistar a unidade, a crise é profunda e os bastidores do partido estão fervilhando, tanto no Ceará quanto em Brasília. O Ministro Carlos Lupi tentou levantar a bandeira da paz, mas o ambiente é de discórdia e conflitos.
Como estratégia para esvaziar a mobilização dos governistas abrigados no PDT, o presidente regional André Figueiredo, que responde, também, pela Presidência Nacional, articulou, com o aval dos aliados, a reunião para segunda-feira em Brasília.
O encontro gera ansiedade entre pedetistas ligados ao Palácio da Abolição que trabalham com dois cenários: um, pacificação – hipótese considerada remota; e, dois, substituição de muitos membros do Diretório Estadual, o que permitiria ao grupo liderado pelo ex-presidenciável Ciro Gomes manter intocável o comando do PDT no Ceará.
APOIO A ANDRÉ, OPOSIÇÃO E RISCO DE EMAGRECIMENTO
Ciro, assim como o Ministro Carlos Lupi, defende a permanência de André Figueiredo na Presidência do Diretório Estadual, é oposição ao Governo de Elmano de Freitas e quer manter o PDT longe do Palácio da Abolição mesmo que essa postura signifique o emagrecimento da agremiação no Ceará, com a saída de prefeitos, vereadores, deputados estaduais e deputados federais.
O grupo de Ciro Gomes, em rota de colisão com o irmão Cid, tem o ex-prefeito Roberto Cláudio, o prefeito de Fortaleza, José Sarto, os deputados estaduais Antonio Henrique, Cláudio Pinho e Queiroz Filho e os deputados federais Mauro Filho e André Figueiredo. Todos, ao lado do Ministro Carlos Lupi, defende a permanência de André no comando do partido.
Do ponto de vista numérico, o grupo é inferior ao bloco dos dissidentes que reúne 10 deputados estaduais e mais de 30 prefeitos que querem estar sob o chapéu do Governo Estadual para manter força política rumo às eleições de 2024.
A troca de membros do Diretório Estadual, por decisão da Executiva Nacional, é uma das alternativas para evitar que o presidente André Figueiredo seja destituído do cargo.
Se optar por esse caminho, o PDT Nacional marca uma nova posição no Ceará, deixando claro que o partido passará por um processo de depuração, enxuto, mas firme no propósito de fazer oposição ao PT de Camilo Santana e Elmano de Freitas.
(As informações são do site www.cearaagora,com.br