Foto: Flávio Pinto |
O deputado estadual Cláudio Pinho (PDT) afirmou nesta terça-feira (4), na Assembleia Legislativa, que a reunião do senador Cid Gomes (PDT) com aliados do diretório estadual do PDT, convocada para o próximo dia 7, "será feita e não terá efeito".
Para Pinho, a intenção é unicamente a criação de um "fato político" que justifique a saída do grupo de Cid do partido, sem que percam o mandato.
Conforme Pinho, opositor do governador Elmano de Freitas (PT) e aliado do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), os pedetistas entusiastas da união com o PT de Camilo Santana farão o encontro para "criar um fato político". Por que razão? Pinho responde que uma delas é "constranger o presidente" André Figueiredo; outra é criar clima para a judicialização do caso, de modo que Cid e seus aliados saiam do partido sem perderem seus mandatos.
"Eles já falam em sair do partido, 'conseguir a carta', mas querem respeito à convocação do diretório. O engraçado é que muitas pessoas que assinaram essa convocação do diretório, que estão querendo isso, pedindo respeito à decisão do diretório, na eleição (de 2022), o diretório se reuniu, teve votação, o partido definiu um candidato (Roberto Cláudio), teve convenção estadual e essas pessoas estavam em outro palanque (de Elmano)", argumentou o parlamentar.
Pinho disse acreditar que algumas pessoas penam que podem recriar o clima que antecedeu o período eleitoral, o de unidade política e partidária. "Mas tem pessoas que estão nesse grupo que querem criar o fato para poder é se libertar do PDT e ingressar no PT ou em outro partido da base aliada sem nenhuma punição, sem a perda do mandato. Essa é a realidade que deve ser dita e eu sou transparente", avaliou.
Na segunda-feira, 3, o presidente estadual e nacional em exercício da legenda, André Figueiredo, afirmou que as competências estaduais foram incorporadas pela instância nacional do partido.
Com isso, ele visa tornar sem efeito qualquer decisão que Cid e seus aliados tomem no plano estadual. O senador tem maioria no diretório cearense do PDT, razão pela qual Figueiredo anunciou a tomada das competências para a executiva nacional.
Cid contesta a existência do movimento e mantém o encontro. A ideia dele é apressar uma mudança no comando partidário. O mandato de Figueiredo se estende até 31 de dezembro de 2023. Figueiredo, por sua vez, afirmou nesta terça-feira, 4, que a reunião é irregular e trará consequências aos que forem.