Num evento extremamente representativo, no auditório das Comissões Técnicas da Assembleia Legislativa do Ceará, nesta segunda (26), pela manhã, foi realizada a audiência pública sobre o fortalecimento da caprinovinocultura - criação e manejo de cabras e ovelhas -, que debateu e definiu ações a serem executadas em prol desta importante cadeia produtiva. A iniciativa foi do deputado estadual De Assis Diniz (PT), presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Agricultura Familiar, Pecuária e Pesca.
A audiência, realizada por meio da Comissão de Agropecuária, contou também com a presença dos deputados estaduais Simão Pedro, Felipe Mota e Marcos Sobreira; Cícero Cartaxo, Chefe Adjunto da EMBRAPA Caprinos e Ovinos; José Amilcar, Presidente da FAEC; Odilon Aguiar, Superintendente da SFA; Marlos Andrade, Superintendente da CODEVASF; Magno José, Diretor do Centro de Ciências Agrárias da UFC; Sílvio Carlos, Secretário Executivo do Agronegócio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico; Eva Amorim, Coordenadora de Economia Popular e Solidária e Arranjos Produtivos Locais da Secretaria de Trabalho; Joaquim Cartaxo, Diretor e Superintendente do SEBRAE; Joathan de Souza Magalhães, Secretário de Políticas Públicas da FETRAECE; Antônio José, Coordenador do Setor de Pordução do MST; Eudes Xavier, da Fecomércio; José Antunes, da FIEC; Ana Paula, Pró-Reitora da UECE; Jeânia Gomes, gerente estadual do BNB. Também participaram prefeitos, secretários municipais de agropecuária, além de representantes de associações e cooperativas de criadores, reunindo pessoas dos municípios de Cedro, Iguatu, Araripe, Orós, Banabuiú, Jaguaretama, Boa Viagem, Tauá, Trairi, Redenção, Pedra Branca, Russas, Quixeramobim, Horizonte, Tejussuoca, Limoeiro do Norte, Solonópole, Arneiroz, Beberibe, Assaré, Sobral, Itapajé.
No Ceará, a Caprinovinocultura tem se mostrado cada vez mais relevante, pois se adapta às condições climáticas e geográficas da região semiárida, sendo uma alternativa viável para produtores rurais. Além disso, a caprinovinocultura apresenta vantagens, como a reprodução rápida dos animais e a possibilidade de aproveitamento de subprodutos, como a carne, o leite e o couro.
Segundo dados da Embrapa, 80% da cadeia produtiva da caprinovinocultura vem da agricultura familiar. 80% do rebanho está localizado em regiões que concentram 40% da população do Estado, à exceção da capital. Ou seja, onde tem ovinos e caprinos tem gente. O Ceará é o 4o produtor nacional de caprinos e ovinos, possuindo rebanhos de 2,5 milhões de ovinos e 1,2 milhões de caprinos, com produção estimada em 12,2 mil toneladas de carne (10% da produtos nacional), mas com potencial para crescer até 10 vezes mais.
Segundo De Assis, apesar do potencial da caprinovinocultura no Ceará, existem desafios e oportunidades que precisam ser debatidos. “Entre os desafios, destacam-se a falta de assistência técnica adequada, a carência de infraestrutura para armazenamento e recebimento dos produtos, necessidade de qualificação do que é produzido e uma política de fomento mercadológico para o setor. A audiência pública foi um espaço de diálogo entre os diversos atores envolvidos na caprinovinocultura. Uma oportunidade para discutir medidas que possam desenvolver a atividade como política pública de Estado”, explicou.
