Os policiais militares presos suspeitos de envolvimento nas mortes da advogada Rafaela Vasconcelos de Maria e de sua mãe Maria Socorro Vasconcelos de Maria já tinham antecedentes criminais por crimes como extorsão e homicídio. O sargento Francisco Amaury da Silva Araújo é investigado por um homicídio ocorrido em 2019 e por um caso de extorsão ocorrido em 2018. Já o soldado Daniel Medeiros de Siqueira é réu por um caso de extorsão ocorrido em 2020.
No caso do sargento Amaury, ele chegou a ser preso temporariamente, ao lado de outros três policiais, em 21 de novembro de 2019 suspeito de participação no assassinato de Alisson Xavier Lima, de 21 anos, crime ocorrido no bairro Conjunto Palmeiras no dia 9 daquele mês.
O período da prisão temporária se esgotou, entretanto, e ele foi posto em liberdade. O inquérito que investiga o caso segue tramitando até hoje e não houve acusação formal contra Amaury ainda.
Existem indícios de que as mesmas pessoas que executaram Alisson também assassinaram Moises Silva dos Santos, crime ocorrido minutos após o assassinato da primeira vítima a cerca de 2,5km daquele local. Os executores teriam usado o mesmo carro de cor vermelha em ambos os assassinatos.
Em 21 de fevereiro de 2018, Amaury já havia sido preso em flagrante dentro de um shopping suspeito de extorquir um homem por causa de uma dívida. À Polícia, a vítima disse que ele e sua família estavam sofrendo ameaças. O sargento foi liberado em audiência de custódia e, também neste caso, o inquérito segue em andamento sem acusação formal contra o militar.
Amaury, entretanto, nega o crime e diz que foi ao shopping apenas para uma reunião enquanto diretor da Associação dos Servidores Públicos do Estado do Ceará. Na seara administrativa, o sargento foi absolvido pela acusação.
Já o caso de extorsão pelo qual responde o soldado Siqueira ocorreu em 14 de maio de 2020 no bairro Jacarecanga. Ele foi preso ao lado de dois outros PMs sob acusação de terem exigido R$ 20 mil de um homem que teria em casa equipamentos hospitalares de procedência duvidosa.
Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), a vítima chegou a pagar uma quantia aos policiais, mas ela denunciou o caso e os militares foram presos em flagrante com o dinheiro. A denúncia foi recebida em março deste ano pela Justiça e ratificada em outubro. O caso espera agora o início da fase de instrução.
O sargento Amaury está há 22 anos na PM. Ele, que já teve passagem pelo Batalhão de Policiamento de Choque (BPChoque), atualmente, estava afastado por problemas de saúde, situação em que estava já há cerca de dois anos e meio. Em sua ficha na corporação, Amaury consta como tendo comportamento “Excelente”.
Já o soldado Siqueira é classificado como tendo comportamento "Bom". Ele ingressou na PM em 2018, mas também estava afastado por problemas de saúde, o que ocorreu a menos de um mês. Antes, Daniel era lotado no 20º Batalhão da PM, cuja sede fica no bairro Jardim Iracema.
Duplo Homicídio em Morrinhos
Rafaela e Maria Socorro foram mortas por volta do meio-dia da última sexta-feira, 24, no Centro de Morrinhos. Câmeras de vigilância mostraram que um motociclista praticou o crime. As vítimas foram mortas por dois ou três tiros cada. Rafaela era esposa de um tenente-coronel da Polícia Militar.
A moto utilizada no crime foi encontrada horas após o crime em uma casa abandonada localizada há cerca de três quilômetros do Centro de Morrinhos. Os PMs Francisco Amaury e Daniel Siqueira foram presos no mesmo local um dia depois. Segundo afirmaram, eles apenas estavam passando pelo local e pararam para fazer necessidades fisiológicas.
(O Povo)