A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta 3ª feira (7.mar), uma operação para desarticular uma organização criminosa que fraudou mais de 10 mil contas do Auxílio Emergencial -- em um prejuízo estimado em mais de R$ 50 milhões.
Os policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva e outros 47 mandados de busca e apreensão em 12 estados e no Distrito Federal, expedidos pela 9ª Vara Federal de Campinas, interior de São Paulo.
A Operação Apateones -- que significa 'fraudadores' em grego -- acontece simultaneamente em:
Brasília, Distrito Federal
Goiânia, Goiás
Santo Antônio do Descoberto, Goiás
São José do Rio Ribamar, Maranhão
Alta Floresta, Mato Grosso
Juína, Mato Grosso
João Pessoa, Paraíba
Paulista, Pernambuco
Recife, Pernambuco
Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco
Paudalho, Pernambuco
Teresina, Piauí
Colorado, Paraná
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nova Iguaçu, Rio de Janeiro
Machadinho d'Oeste, Rondônia
Ariquemes, Rondônia
Porto Velho, Rondônia
São Leopoldo, Rio Grande do Sul
Guarulhos, São Paulo
Sorocaba, São Paulo
Ibiúna, São Paulo
Valinhos, São Paulo
Araras, São Paulo
Marília, São Paulo
Palmas, Tocantins
Os 37 suspeitos envolvidos na operação são investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas, somadas, ultrapassam 22 anos de prisão.
A operação é resultado da Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (EIAFAE), da qual participam em conjunto: Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa Econômica Federal, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União.
Operação Apateones
A investigação foi iniciada em agosto de 2020, após a Caixa Econômica Federal encaminhar à PF em Brasília (DF) dados sobre 91 benefícios do Auxílio Emergencial fraudados. Eles correspondiam a mais de R$ 54 mil e foram desviados para duas contas bancárias de Indaiatuba, interior de São Paulo.
Uma apuração da Delegacia de Polícia Federal em Campinas, também no interior de São Paulo, acabou descobrindo, então, outras milhares de fraudes.
O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos estavam situados nos estados de Goiás e Rondônia. Em um segundo momento, a PF verificou que os beneficiários em questão receberam valores provenientes de ao menos 359 contas do Auxílio Emergencial, fraudadas por meio de pagamento de boletos e transferências bancárias.
Após análises de relatórios de inteligência financeira e quebra de sigilos bancários, a força-tarefa estima que a organização criminosa movimentou mais de R$ 50 milhões, em aproximadamente 10 mil contas fraudadas.
Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça Federal autorizou, ainda, o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.