O Ministério da Fazenda reduziu de 2,1% para 1,61% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país) em 2023. A estimativa para a inflação este ano aumentou para 5,31%. A informação foi divulgada nesta 6ª feira (17.mar) pela Secretaria de Política Econômica, no Boletim Macrofiscal. Foi a primeira previsão do PIB de 2023 apresentada pela nova equipe econômica, do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A projeção anterior, divulgada em novembro, ainda sob o governo Bolsonaro, estimava crescimento do PIB de 2,1% em 2023 e inflação em 4,60%. Segundo a Fazenda, os números minimizavam os efeitos dos juros altos sobre a economia e sobre o mercado de crédito.
De acordo com o Ministério da Fazenda, a desaceleração da indústria e dos serviços deve ocorrer, mesmo com as medidas de proteção social previstas, como elevação real do salário mínimo, aumento da faixa de isenção de Imposto de Renda, o novo Bolsa Família e o Desenrola, programa de renegociação de dívidas.
"A desaceleração da economia deve ocorrer tanto no setor de serviços como no industrial. O elevado endividamento e o comprometimento de renda da população devem afetar o ritmo das atividades no setor de serviços", diz o relatório da Fazenda.
Para justificar a possível desaceleração no crescimento do PIB em 2023, o boletim divulgado nesta 6ª, cita os "efeitos contracionistas da política monetária", ou seja, a alta dos juros pelo Banco Central para combater a inflação. Entre 2024 e 2027, a expectativa do governo é de que o crescimento econômico seja de, em média, 2,5% ao ano.
Inflação
A projeção de inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) aumentou de 4,6% para 5,31%. A estimativa está acima da meta de inflação para o ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior, 4,75%.
O boletim da Secretaria de Política Econômica indica que a inflação dos alimentos e de bens industriais deverá desacelerar nos próximos meses. No entanto, aponta que os preços monitorados (administrados) devem subir mais que o inicialmente previsto, o que justificou a revisão para cima da projeção para o IPCA.