Há 10 anos, a classe política nacional debate nas campanhas eleitorais o endividamento dos brasileiros, que bateu no teto de 70%. Ou seja, no Brasil, a maior parte das pessoas economicamente ativas está devendo e com o nome no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), ligado ao comércio, ou no SERASA (Serviço de Assessoria aos Bancos, Comércio e Instituições Financeiras). Os dois organismos de controle de crédito servem para barrar transações envolvendo endividados, ou seja, quase todos os assalariados e desempregados.
Ciro Gomes, na campanha presidencial de 2018, propôs ao eleitorado brasileiro atacar o problema, pondo fim às dívidas e recuperando esses consumidores com nome sujo na praça. “A economia voltaria a girar e os brasileiros passariam a consumir, gerando emprego e renda”, declarou Ciro, que era imediatamente ironizado por adversários de campanha e atacado pela imprensa governista. Lula e Bolsonaro prometeram resolver o problema na campanha de 2022.
Lula, agora, presidente, silenciou. A promessa continua de pé, mas foi jogada para o próximo orçamento, porque a conta é alta. Irmão de Ciro, o senador Cid Gomes reacendeu o tema: apresentou projeto no Senado Federal, zerando a dívida de quem já pagou até R$ 2 mil de sua conta pendente.
Lula incorporou a proposta de Ciro, que previa ajudar a zerar as dívidas dos consumidores brasileiros, ao fechar aliança com o PDT, no segundo turno da campanha eleitoral. A decisão de Cid é fundamentada em teoria econômica aplicada, sem chance de não fazer o País crescer. Lula terá seu mandato sob pressão. Deputados e senadores gostam do projeto, pois tem forte impacto social