A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) emitiu um alerta para o aumento expressivo de casos da nova variante do Coronavírus, a XBB.1.5. Em comunicado oficial, a Friocruz afirmou que essa mutação tem se disseminado mundialmente, principalmente nos EUA, onde está se espalhando rapidamente e aumentando o número de hospitalizações por covid-19.
Em nota, a Rede Genômica Fiocruz identificou um aumento de testes positivos de covid-19 sem a mutação que caracteriza a linhagem Ômicron BA.5 e suas sub variantes, que era vista em "praticamente 100% dos testes realizados". Diferente da Ômicron (que tem uma mutação identificável em exames de diagnóstico), a XBB somente pode ser detectada por meio do sequenciamento genético.
A infectologista Joana D’arc explica que uma pessoa vacinada ou que já foi infectada pela doença não está imune à reinfecção, apenas tem um respaldo maior caso contraia o vírus novamente.
“Sabemos que algumas variantes produzem o que chamamos de escape imunológico. Então, mesmo após você ter se infectado ou ter se vacinado, você pode se infectar outras vezes. A diferença é que a gravidade, letalidade ou possibilidade de hospitalização vão ter reduzido muito, porque seu organismo responde melhor à infecção. Não impede totalmente de se infectar, mas impede de complicações”, concluiu
Apesar da preocupação, no Brasil ainda há poucos dados de sequenciamento genômico que detectaram amostras com a linhagem XBB.1.5. O pesquisador Tiago Gräf, da Rede Genômica Fiocruz, destaca que apenas por meio do sequenciamento genético do vírus será possível confirmar que o aumento de prováveis variantes XBB deve-se à linhagem XBB.1.5
“Portanto, fica clara a necessidade da manutenção das redes de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no país, assegurando recursos financeiros e o fluxo de amostras para laboratórios capacitados a produzirem os genomas e analisarem os dados com celeridade”, afirma Gräf.