A rotina exaustiva da estudante Raynara Costa exige mais do que resiliência, exige também investimento emocional e financeiro para pavimentar seus sonhos. A jovem de 21 anos precisa se deslocar diariamente de Maranguape, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza, para a Capital, distante 35 quilômetros, ao custo de R$ 9 de ida e R$ 9 de volta, o que lhe gera um custo total só com o transporte de ônibus intermunicipal de R$ 396 por mês.
Dentre as propostas do governo de Elmano é garantir tarifa zero nos deslocamentos intermunicipais na região da Grande Fortaleza. “Muitos cearenses de Maranguape, Pacajus, Maracanaú, Caucaia, e outras cidades da Região Metropolitana precisam ir para Fortaleza diariamente. Seja para estudar, trabalhar, para fazer uma entrevista de emprego, ou mesmo para resolver algo na Capital cearense. Esse trânsito entre as cidades é intenso todos os dias. E custa caro. Por isso pensamos em uma proposta para fazer render mais o salário de cada um”. Com isso, segundo ele, “o que sobrar no mês, você pode comer melhor, comprar algo no comércio da sua cidade, e fazer esse dinheiro circular em cada uma de suas cidades”.
Estudante de Pedagogia na Universidade Estadual do Ceará (Uece) pela manhã, e assistente pedagógica em um colégio a tarde, diariamente Raynara acorda às 5h30 e pega um ônibus saindo de Maranguape pouco depois das 6h, rumo a Fortaleza. O percurso dura cerca de uma hora, onde ela desce para pegar outro ônibus para a Uece. Após sua aula, pega mais um ônibus e segue para um colégio, onde trabalha até o começo da noite. Por volta das 18h30 é hora de fazer o caminho de volta, e pegar mais um ônibus para um ponto de Fortaleza, e depois novamente aquela condução intermunicipal que a levará de volta para Maranguape.
“A realidade de muitos estudantes de Maranguape é essa mesmo. A gente começa a estudar e aí começamos a enxergar também a necessidade de trabalhar ou outras formas para conseguir dinheiro para pagar, pelo menos, a passagem intermunicipal mesmo. Eu já cansei de vender brownie, caneta e outras coisas na Uece, para arranjar algum jeito de ganhar um dinheiro e de garantir a minha passagem para ir estudar. Hoje eu consegui meu trabalho, como auxiliar em um colégio, mas ainda é um dinheiro a menos no meu salário, e, sim, vejo muitos colegas passando essa dificuldade que é a passagem intermunicipal”, explicou.
Para ela, o VaiVem Livre vai fazer uma diferença importante na renda familiar. “A gente pode melhorar nossa cesta básica, fazer ela ficar mais completinha, pois hoje a gente nem consegue comprar tudo que precisa, ou seja, isso é colocar mais comida na nossa mesa”, projetou a estudante.