quinta-feira, 11 de agosto de 2022

Advogado lança artigo sobre mineração ilegal


O debate sobre o mercado de Minas e Energia passa, essencialmente, por investimentos em infraestrutura básica e revisão de normativos que garantam segurança jurídica. Todos sabem que não é mais possível adiar essa discussão em um país que precisa sustentar uma economia que, até então, se baseia em consumo.

A Pandemia da Covid-19 e os índices de desemprego no País serviram como o primeiro alerta sobre a necessidade de investimentos no setor mineral. A guerra entre Ucrânia e Rússia foram o segundo. Passados quatro meses do colapso global, ainda se fala em Mineração e atividade garimpeira sem entender os esforços que são feitos por cooperativas - e até mesmo grandes empresas-, para fazer o setor acontecer.

Exemplo disso são as recentes notícias sobre a ilegalidade do ouro e que abordaram a falta de conhecimento e rastreabilidade sobre a origem deste metal. O que pouca gente sabe é que o garimpo é legal e que quem trabalha corretamente é contra a exploração predatória. Quem vive do garimpo promove a economia das pequenas cidades, mora onde trabalha e sustenta sua família. O garimpeiro quer estar em uma cooperativa séria, quer emitir nota fiscal e quer ver a atividade crescer sem agredir a natureza. Não usa mercúrio em sua prática e quer aprender sobre Geologia e ciências.

É preciso separar garimpo de exploração ilegal. Mineração artesanal, como intitula a OCDE, é sim uma alternativa viável para o país. Vale lembrar, até mesmo, que muitos focam o debate no ouro como um ativo financeiro e esquecem que ele também é um insumo para a indústria, é usado em placas de celulares e até em computadores.

Acompanhei o trabalho que vêm sendo feito no Mato Grosso, aliás, me surpreendi com a organização dos trabalhadores - iniciativa que já faz o Estado movimentar mais de R$ 6 bilhões por ano. Muito disso graças ao garimpo aurífero.

Sejamos, portanto, mais curiosos sobre a atividade mineral. Vamos juntos realizar mais eventos, discutir sobre mecanismos de fomento, incentivos e financiamentos. Somente a mineração pode fazer o Brasil grande de novo

(*) Tomás de Paula Pessoa é advogado de direito minerário e ex-diretor da ANM

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