O ex-governador de São Paulo João Dória (PSDB) anunciou nesta segunda-feira, 23, a retirada de seu nome da disputa pela Presidência da República. O anúncio da desistência foi feito durante pronunciamento em transmissão ao vivo realziada na capital paulista.
"Hoje, neste 23 de maio entendo que não sou a escolha da cúpula do PSDB. O PSDB saberá tomar a melhor posicionamento para as eleições (...) Me retiro da disputa com o coração ferido, mas a alma leve. Saio como entrei na política, repleto de ideias e com a alma cheia", declarou.
Doria começou o pronunciamento dizendo que este era "um dia de respostas, mas também de perguntas". Ele ressaltou a trajetória política de seu pai e narrou como ela o incentivou a entrar na política. Ele ressaltou ainda que disputou três prévias e venceu todas dentro do PSDB. Uma delas para a prefeitura de São Paulo, outra para o governo do estado de São Paulo e a última, em novembro passado onde foi escolhido pré-candidato do partido á Presidência.
A saída do tucano da corrida eleitoral ocorre após pressão tanto de correligionários como de outros partidos que tentam viabilizar a chamada terceira via como uma opção à polarização entre o ex-presidente Lula (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta semana, o PSDB deve anunciar os novos rumos do partido.
Desde que venceu as prévias do PSDB, no ano passado, Dória não conseguiu reagir nas pesquisas, ficando entre 2% e 4% das intenções de voto, atrás de Bolsonaro, Lula e do ex-ministro Ciro Gomes (PDT). A avaliação é de que não existe tempo hábil para a pré-candidatura decolar, além da certa dificuldade que Dória teria de unificar o partido e atrair aliados nacionalmente.
Ao longo das últimas semanas, o tucano reforçou que não iria desistir da disputa pelo Palácio do Planalto e denunciou o que ele classificou de tentativa de "golpe" dentro do PSDB. Em carta, ele cobrou respeito ao resultado das prévias. A defesa do ex-governador também ameaçou ir à Justiça Eleitoral caso ele fosse rifado do pleito.
Sem Dória na corrida eleitoral, dois nomes se beneficiam nesse novo contexto: o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e a senadora Simone Tebet (MDB). Parte da cúpula tucana defende apoio à emedebista, enquanto outra parcela insiste que o PSDB precisa ter candidatura própria.
(O Povo)