Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pand) Contínua 2020 mostra que 10% da população concentra 41,6% dos rendimentos do país. No ano passado, 1% dos mais ricos tiveram renda 35 vezes maior do que 50% dos mais pobres no país. O pequeno grupo teve renda mensal de R$ 15.816 e os mais carentes de R$ 453.
A desigualdade não foi maior porque o governo anunciou o programa Auxílio Emergencial durante a pandemia, mostra o levantamento divulgado nesta 6ª feira (19.nov) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 211,1 milhões de pessoas residentes no Brasil em 2020, 128,7 milhões (61,0%) tinham algum tipo de rendimento. A maior proporção estava na Região Sul (65,4%), enquanto Norte e Nordeste tinham os menores percentuais (54,6% e 57,3%, respectivamente). Frente a 2019, apenas o Norte teve variação positiva, passando de 53,4% para 54,6% no período.
Em 2020, 40,1% da população residente (84,7 milhões) tinham rendimento do trabalho e 28,3% (59,7 milhões) tinham rendimento proveniente de outras fontes. Frente a 2019, houve redução da parcela correspondente ao rendimento do trabalho, que era de 44,3% (92,8 milhões) no ano anterior, e aumento do peso do rendimento de outras fontes, que correspondia a 23,6% (49,5 milhões). Essa tendência ocorreu em todas as regiões.
O Sul permanecia com o maior percentual de pessoas com rendimento de trabalho (46,0%). Já o Nordeste registrou, pela primeira vez, um percentual de pessoas com rendimento de trabalho (32,3%) menor que o daquelas que recebiam de outras fontes (32,8%).
A pesquisa também mostra que o número de pessoas com outros rendimentos como seguro-desemprego e Auxílio Emergencial quase dobrou de 2019 para 2020. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita foi de R$1.349, em 2020, 4,3% menor que o estimado em 2019 (R$1.410).