A médica Mayra Pinheiro, conhecida como "Capitã Cloroquina", enviou perguntas a senadores governistas para que eles a questionassem durante seu depoimento para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid. Atual secretária da Gestão do Trabalho e da Educação do Ministério da Saúde, Mayra pediu que fossem feitas perguntas sobre a sua formação e os esforços da pasta no combate à Covid-19.
As informações, divulgadas pelo site The Intercept, foram extraídas de vídeo obtido pela CPI na quebra de sigilo da servidora. O link da conversa, com o epidemiologista Regis Bruni Andriolo, que também é defensor do tratamento precoce, estava em um e-mail encaminhado a Mayra.
A gente tem um grupo que nos apoia, que reconhece o nosso trabalho. E esse grupo precisa fazer perguntas no direito que eles têm de interrogar o depoente que nos ajudem no nosso discurso. Então, que pergunta eu posso dar para esses senadores fazerem a mim? Eles chutam para eu fazer o gol”, disse Mayra.
Durante a CPI, Mayra garantiu o direito de não responder a questionamentos sobre fatos ocorridos entre os últimos meses de dezembro e janeiro: época do colapso na saúde do Amazonas. Após seu depoimento, ela foi elogiada tanto por bolsonaristas do Ceará como pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Sindicalista e ex-candidata tucana, Mayra simpatizava e mantinha proximidade com o então deputado federal Jair Bolsonaro. Com a eleição de 2018, ela entrou no governo Bolsonaro por uma espécie de “cota” reservada ao movimento médico apoiador do presidente desde a época da campanha eleitoral. Com a pandemia do coronavírus, Mayra se agarrou à cloroquina e à efetividade do “tratamento precoce”. (O Povo/Estadão).