O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deve apresentar, em até 15 dias, provas sobre uma suposta fraude no sistema eletrônico de votação nas eleições de 2018. A ordem foi dada pelo corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Luís Felipe Salomão. Mesmo sem provas, Bolsonaro já afirmou em várias ocasiões que, se não fosse pela suposta fraude, teria vencido as eleições para presidente logo no primeiro turno. Por conta disso, Bolsonaro defende o voto impresso. Segundo ele, o sistema de votação por urnas eletrônicas não apresentaria segurança.
A medida é em decorrência de uma portaria editada por Luís Felipe Salomão, que exige os dados a todas as autoridades que relatarem inconformidades no processo eleitoral. De acordo com o magistrado, relatos genéricos podem manchar a imagem da Justiça. Além de Bolsonaro, também devem fornecer provas Cabo Daciolo, um dos candidatos a presidente em 2018, e o deputado estadual Oscar Castello Branco (PSL-SP).
“Considerando o teor das manifestações indicadas no anexo da portaria, que sugerem haver inconformidades no processo eleitoral, oficie-se às autoridades que as tenham produzido para que apresentem, no prazo de 15 dias, evidências ou informações de que disponham, relativas à ocorrência de eventuais fraudes ou inconformidades”, determinou o magistrado.
A última ocasião em que Jair Bolsonaro afirmou as acusações foi durante culto evangélico na cidade de Anápolis, em Goiás, no último dia 9. “Eu fui eleito em primeiro turno. Tenho provas materiais disso, mas o sistema, não é, a fraude, existiu sim, me jogou para o segundo turno. Outras coisas aconteceram e eu só acabei ganhando porque tive muito voto e algumas poucas pessoas que entendiam de como evitar ou inibir que houvesse a fraude naquele momento”, disse Bolsonaro durante evento.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, um procedimento administrativo para apurar a existência de possíveis formas de adulterações nas eleições de 2018 e 2020 também foi instaurado por Salomão. A princípio, de acordo com o ministro, o objetivo das medidas é conhecer e analisar possíveis falhas no sistema eleitoral para aperfeiçoá-lo para as próximas disputas eleitorais. ( O Povo)