Neste 27 de maio, Dia da Mata Atlântica, a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA) realizou, hoje pela manhã, um evento online para marcar a data. A live reuniu gestores públicos do Maciço de Baturité – prefeitos e secretários, conselheiros do Meio Ambiente dos municípios e das unidades de conservação (UCs), Área de Proteção Ambiental – APA da Serra de Baturité e Refúgio da Vida Silvestre – REVIS Periquito Cara Suja. A transmissão ocorreu no canal do YouTube da SEMA.
No início, foi apresentado vídeo mostrando o titular, Artur Bruno, e o Secretário Executivo, Fernando Bezerra, da SEMA, e representante do Ceará no Conselho da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica; e o gestor do Parque Estadual do Cocó, Paulo Lira, plantando uma muda no Bosque da Memória, numa homenagem a Afrânio Farias de Menezes, falecido vítima da Covid-19. Ele era o vice-presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e considerado um “baluarte” do movimento ambientalista brasileiro e árduo defensor do bioma.
O titular da SEMA, Artur Bruno, abriu os trabalhos ressaltando o sucesso da política de preservação do Estado, que hoje possui, além da APA da Serra de Baturité, mais três Postos Avançados da Mata Atlântica pelo Comitê da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica: o Parque Estadual do Cocó, em Fortaleza; o Parque Estadual Botânico, em Caucaia; e o Refúgio da Vida Silvestre Periquito Cara Suja, Guaramiranga; sem falar da APA da Serra de Baturité.
Na sequência, o superintendente da Semace, Carlos Alberto Mendes, falou dos desafios da fiscalização nas áreas de mata atlântica contra o desmatamento ilegal, que vem garantido a preservação no Estado, que hoje é um dos que mais conserva este bioma no Brasil.
Em seguida, o deputado estadual Acrísio Sena (PT), presidente da Comissão de Recursos Hídricos e vice-presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa, lembrou que enquanto o Ceará avança em políticas ambientais, o Brasil vem apresentando retrocessos nesta pauta, com o desmonte do Conselho Nacional do Meio Ambiente e das instituições de fiscalização, como o Ibama e o ICMBio, “o que vai exigir de nós muita resiliência”.
Adalberto Alencar, da Fundação Cepema, ressaltou, em sua fala, a necessidade de investimento na economia natural, num contraponto a um capitalismo “que cresce sem limites, mas não mata a fome da população”. E acrescentou: “felizmente, há uma produção de café de sombra na Serra Baturité com tradição de 270 anos, além de frutas, que deve resultar no crescimento sustentável da região”.
O evento foi organizado pela equipe gestora da Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Baturité, tendo à frente Patrícia Jacaúna que, infelizmente, teve de ausentar-se por conta de um problema de saúde na família. Sua apresentação sobre os atrativos naturais da APA foi executada, então, pelo secretário Artur Bruno, que lembrou que esta é a Unidade de Conservação mais antiga do Ceará, que completou 30 anos em 2020.
O último palestrante, Jairo Castelo Branco, do Consórcio dos Municípios da região, falou sobre os problemas e avanços da política de gestão de resíduos sólidos. Os municípios estão criando as Centrais Municipais de Resíduos e têm o objetivo de criar um aterro sanitário em Baturité. Ao final, a palavra foi facultada para os prefeitos e dirigentes ambientais presentes.
Atualmente, a Mata Atlântica mantém apenas 12,4% de sua vegetação original – que se distribui por mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, em 17 estados brasileiros, do Ceará ao Rio Grande do Sul. No Ceará, a SEMA ampliou para 16.111,27ha as áreas protegidas. Até 2022, o Governo do Estado terá criado mais 17 UCs, a maioria delas em áreas de domínio de Mata Atlântica. Em 2017 foi criado o Parque Estadual do Cocó; em 2018, o Refúgio da Vida Silvestre Periquito Cara-suja (REVIS); em 2019, Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE) do Cambeba, todas com remanescentes ou ecossistemas associados de Mata Atlântica.