O ex-deputado federal Adail Carneiro Silva, preso em flagrante por lavagem de dinheiro, afirmou que os R$ 1.988.635,00 apreendidos com ele – a quantia estava escondida em caixas de aparelhos de televisão e em sacos plásticos na sede de uma empresa de locação de veículos em Fortaleza, no Ceará, foram sacados porque ele temia uma greve bancária.
A versão foi apresentada na última quarta-feira, 17, durante uma audiência online na 11ª Vara Federal, em Fortaleza. O ex-parlamentar foi preso no dia 19 de novembro do ano passado durante a Operação a Operação Km Livre 2, da Polícia Federal.
De acordo com o ex-político, que chorou muito ao final do interrogatório, ele teria sacado os quase dois milhões aos poucos da conta da empresa para se precaver de uma greve dos bancários. Falando da Unidade Prisional Irmã Imelda, por videoconferência, Adail Carneiro afirmou que a quantia seria para pagar fornecedores. O ex-parlamentar não explicou, no entanto, porque o cheque ou o saque tinha de ser feito em nome de um irmão ou da empresa de locação de veículos com uma procuração.
No final da audiência, a defesa de Adail Carneiro pediu liberdade do ex-parlamentar com o encerramento da instrução do processo. Em 90 dias, Adail foi flagrado, preso, denunciado, as testemunhas foram ouvidas e o ex-político foi interrogado.
Além do pedido de liberdade na 11ª Vara Federal, dois habeas corpus esperam ser julgados no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, em Recife, e outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. No Ceará, o juiz Danilo Fontenele encaminhou o pedido para o Ministério Público (MPF) se pronunciar sobre o pedido de soltura e o desbloqueio ou não dos bens.
(Demitri Tulio/O Povo)