Antes de mais nada, algumas questões já postas, que muito remotamente serão contrariadas no próximo domingo (15): a sucessão do prefeito Roberto Cláudio (PDT) será em dois turnos. Os candidatos Capitão Wagner (Pros), José Sarto (PDT) e Luizianne Lins (PT) disputam as duas vagas para a segunda votação no próximo dia 29. Na cotação do dia, Capitão e Sarto irão à segunda rodada de votação. Ou isso ou todos os principais institutos de pesquisa do País, sem exceção, serão desavergonhadamente desmoralizados. Passados três meses, entre os primeiros movimentos concretos de candidaturas e o fim da atual campanha para o primeiro turno, temos a seguinte configuração: dos três prefeituráveis acima, Capitão e Luizianne acertaram muito, mas também cometeram graves erros na pré e na campanha, enquanto Sarto, mesmo com equívocos pontuais, somou muitos bônus em torno de si. Peguemos o elemento candidato a vice-prefeito, por exemplo.
Capitão: indecisão e outras barreiras cobram a fatura
Ao candidato do Pros faltou poder de decisão – foram cotados Mayra Pinheiro, Geraldo Luciano, Heitor Freire etc -, e sobrou empáfia – desfecho que poderá, inclusive, repercutir na ausência de apoio desses personagens e seus grupos ao Capitão, na hipótese de o deputado federal ir ao segundo round. No auge da campanha, vieram as estocadas do governador Camilo Santana na suposta liderança do motim de parte das tropas da Polícia Militar e outras clássicas tentativas de desconstrução do personagem. Mesmo assim, o Capitão segurou-se, praticamente, no mesmo patamar de onde começou nas intenções de voto.
Luizianne: sem estômago e um pesado fardo para carregar
A Luizianne e seus seguidores faltaram estômago e paciência com potenciais aliados, que poderiam ter lhe rendido preciosos minutos no rádio e TV, além de mais estrutura de campanha. Para complicar um pouco mais, a petista teve de carregar, durante toda a campanha, o fardo da rejeição – a candidata é líder no amargo quesito – em parte explicada pela natural fadiga de material, por ser ex-prefeita. Aqui há um ponto de incursão: os ataques cirúrgicos desferidos pelos governistas, o que ajuda a explicar a sangria de Luizianne nas intenções de voto fora da margem de erro.
Sarto: as convergências que fizeram o pedetista decolar
E Sarto, o que fez em relação ao candidato a vice? Simples. Seus líderes maiores acoplaram à chapa encabeçada pelo PDT o PSB de Eudoro Santana, pai de Camilo – que indicou Élcio Batista. A isso se somaram a massiva associação do nome do presidente da Assembleia Legislativa – que em si já não é pouca coisa -, a exitosa gestão Roberto Cláudio, a maior coligação partidária – com quase seis centenas de candidatos a vereador -; um latifúndio de tempo no rádio e TV e uma gigantesca estrutura de comunicação e assessoria jurídica. Muito dificilmente poderia resultar em outro desempenho, se não o que as pesquisas mostraram até aqui. Isso, apesar da valsa dançada à beira do abismo pelo grupo de Sarto, quando levou ao limite do tempo a indicação do candidato a prefeito. O pedetista poderia estar melhor posicionado.
(Blog do Erivaldo Carvalho)