Juristas, políticos, mais de 400 entidades, além de sete partidos de oposição (PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU e UP), entregam, hoje (quinta-feira, 21), às 11h, um pedido de impeachment coletivo do presidente Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados. Trata-se do primeiro pedido do tipo com caráter suprapartidário e com a união de amplos setores da sociedade brasileira, e não de apenas uma única legenda ou parlamentar.
O líder da Minoria na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT/CE), afirma que a frente já providencia a instalação de uma CPI para investigar as denúncias do ex-ministro Sérgio Moro e do empresário Paulo Marinho, bem como a aprovação de uma PEC para antecipar as eleições presidenciais. “É muito importante que, ao discutirmos o afastamento de Bolsonaro, a gente não entregue o governo para o vice-presidente. A chapa precisa ser cassada pelo Tribunal Superior Eleitoral. Essas denúncias precisam ser investigadas e o Congresso Nacional não pode silenciar frente a tudo o que está acontecendo no Brasil”, afirma.
O pedido reúne diferentes acusações, como crimes de responsabilidade e de atentado contra a saúde pública. O grupo também denuncia as atitudes de Bolsonaro contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, bem como contra a segurança interna do país e contra a probidade administrativa.
Entre as organizações que apoiam a causa, estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento das Mulheres Camponesas, Andes – Sindicato Nacional, Fasubra, Movimento Negro Unificado, Associação Brasileira de Travestis e Transexuais, além de juristas como Celso Antonio Bandeira de Melo, Lênio Streck, Pedro Serrano, Carol Proner e os ex-ministros da Justiça Tarso Genro, José Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão.