O Brasil segue à deriva na maior crise sanitária da história. 441.315 casos do novo coronavírus e 26.788 mortes, o que coloca o país em segundo lugar em maior número de casos da doença no mundo, atrás apenas do EUA. O ranking não é por acaso e sim reflexo da inércia de um governo pautado pelo extremismo, pelo ódio e o autoritarismo. A crise econômica que vivemos, e será fortemente agravada, não é novidade.
O cenário de desemprego galopante já era crescente, falta de políticas públicas que estimulem o setor produtivo e gere empregos para a população, com manutenção de direitos. A insatisfação com o Governo Bolsonaro cresce, assim como a avaliação de que a condução na crise é ruim. A maioria dos brasileiros reprova Bolsonaro e sua política genocida. Porém, Bolsonaro estimula a divisão do país, incentiva atitudes violenta em seus poucos seguidores extremistas e passa, agora, a uma escalada visível e preocupante do autoritarismo. Investigações, que já cercavam o clã de Bolsonaro, se intensificam. Há algo errado na República brasileira. E querer interferir na Polícia Federal e calar o Supremo Tribunal Federal nas investigações mostra confissão de culpa.
Para além das duras consequências que um isolamento traz a todos nós, na economia, no social e no emocional da população, temos uma grave crise política que se aproxima. Bolsonaro aposta no caos, na polarização, e quer controlar, com base em seus interesses, o Estado Democrático de Direito. Bolsonaro não está acima de tudo. Bolsonaro não está acima da lei. Se não está envolvido, junto aos investigados, no inquérito de fake news não há o que temer. Por que então ameaça flagrantemente a democracia? Por que então sugere cerceamento de liberdades, fechamento do Congresso, prisão de ministros do STF? Assim nascem ditaduras.
O povo brasileiro quer soluções, quer um presidente que governe, que proponha, que pacifique. O povo brasileiro quer paz, quer avanços. Não vamos nos intimidar com as ameaças de Bolsonaro, seus filhos e generais que defendem uma ruptura democrática. O caminho é do trabalho e do diálogo, nunca da violência. Já vivemos essa história. Democracia, sempre!
André Figueiredo
Deputado Federal (PDT)