terça-feira, 26 de maio de 2020
Após veículos abandonarem cobertura do Alvorada, Planalto promete aprimorar segurança
Após saber que diversos veículos de imprensa decidiram suspender temporariamente a cobertura em frente do Palácio da Alvorada desde a noite de segunda-feira, 25, quando jornalistas foram novamente hostilizados por apoiadores do presidente da República Jair Bolsonaro, o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) divulgou nota para informar que tem aprimorado as medidas de proteção no local. Entre as iniciativas adotadas, de acordo com o GSI, está a "separação física por meio de gradis".
"Assim sendo, criou as melhores condições possíveis para o trabalho dos profissionais de imprensa e, também, um espaço reservado aos apoiadores do presidente. Continuaremos aperfeiçoando esse dispositivo, para que o local permaneça em condições de atender às expectativas de trabalho e de livre manifestação dos públicos distintos que, diariamente, comparecem ao Palácio da Alvorada", afirma a nota, assinada pela assessoria de Comunicação Social do GSI.
Agressões aos jornalistas têm se tornado rotineira no governo Bolsonaro. O próprio presidente é envolto em uma série de episódios polêmicos de agressões e acusações contra à imprensa. Ele foi apontado como responsável por 58% das agressões contra jornalistas registradas em 2019, de acordo com levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Nesta segunda, 25, pouco antes do episódio de violência que culminou na decisão de retirada dos jornalistas do local por parte dos veículos de comunicação, Bolsonaro fez novas críticas à imprensa. “No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo”, afirmou o presidente. Após a declaração, o grupo bolsonarista no local reagiu contra os jornalistas.
Nos últimos dias, jornalistas têm sido xingados por apoiadores de Bolsonaro na portaria do Alvorada. Os simpatizantes do presidente chamam os repórteres de "lixo", "escória" e chegam a interromper perguntas. Em muitas ocasiões, o presidente incentivou os ataques. Em resposta à violência, o Grupo Globo e a Folha de S. Paulo anunciaram que retirariam seus profissionais da cobertura por falta de segurança.
Além da separação por gradis, o GSI destaca na nota que adota outras práticas para a segurança na portaria do Alvorada, como "registro e inspeção de todos os presentes, inclusive com passagem por detector de metal", uso de máscaras e manutenção de distanciamento adequado por causa da pandemia do coronavírus. "Algumas medidas mais restritivas deixaram de ser tomadas, sem sério prejuízo para a segurança, em atendimento à solicitação de integrantes da imprensa, que viram, nestas medidas, óbices ao exercício de suas atividades laborais", diz o texto.
Incentivo de Bolsonaro
Agressões aos jornalistas têm se tornado rotineira no governo Bolsonaro. O próprio presidente é envolto em uma série de episódios polêmicos de agressões e acusações contra à imprensa. Ele foi apontado como responsável por 58% das agressões contra jornalistas registradas em 2019, de acordo com levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj)
Na segunda, 25, pouco antes do episódio de violência que culminou na decisão de retirada dos jornalistas do local por parte dos veículos de comunicação, Bolsonaro fez novas críticas à imprensa. “No dia que vocês tiverem compromisso com a verdade, eu falo com vocês de novo”, afirmou o presidente. Após a declaração, o grupo bolsonarista no local reagiu contra os jornalistas.