O presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, deputado José Sarto (PDT), defendeu, durante sessão deliberativa remota nesta quarta-feira (29), projeto de lei que pune quem propaga notícias falsas, as chamadas fake news. “A desinformação travestida e simbolizada pelas fake news, às vezes, é feita de forma deliberada. É importante que nós, líderes políticos, independentemente de partidos, não nos associemos a esse tipo de desserviço que alguns intencionalmente fazem no Brasil, no mundo, no Ceará, em Fortaleza”, afirmou Sarto. A matéria foi aprovada hoje no Plenário da Casa.
Sarto parabenizou a deputada Augusta Brito (PCdoB), autora do projeto de lei 72/2020, que estabelece multa para quem dolosamente divulgar por meio eletrônico ou similar notícia falsa sobre epidemias, endemias e pandemias no Ceará. A matéria também prevê também que a multa aplicada será revertida para o apoio e tratamento da referida doença no Estado.
Em seu pronunciamento, Sarto lamentou a velocidade com que as mentiras se propagam, parafraseando o escritor americano Mark Twain. “Ele diz que uma mentira pode dar a volta ao mundo, enquanto a verdade leva o mesmo tempo para calçar os sapatos”, reproduziu, enfatizando a dificuldade de reverter os efeitos nocivos das fake news.
O presidente da Assembleia lamentou que muitas pessoas tentem contrapor ciência com opinião, desconsiderando o conhecimento e demonstrações de pesquisas realizadas por especialistas. “Hoje qualquer um se acha no direito e na razão de ter o mesmo peso na sua opinião do que um especialista que levou anos para estudar, para concentrar conhecimentos e para se manifestar”, argumentou.
“Hoje parece que a mentira é mais atraente. As pessoas se deixam seduzir muito mais frequentemente pela mentira, porque a verdade às vezes é monótona, entediante”, ponderou. Contudo, ele acrescentou que todos os deputados devem ter zelo pelo que se divulga nas redes sociais.
O parlamentar também enalteceu o trabalho de jornalistas, que verificam informações disseminadas na internet, os chamados “fact checkers”. “A empresa recebe uma notícia e alguém vai checar se é verdade ou não, e sublinha o que é verdade e o que não é verdade. Isso (é feito) exatamente para levar a informação e não a desinformação”, enfatizou.