quinta-feira, 16 de janeiro de 2020
Ataques a jornalista crescem 54% em 2019, aponta Fenaj
Os ataques a jornalistas e a veículos de imprensa cresceram 54,07% no primeiro ano de governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), aponta levantamento da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). O número passou de 135 em 2018 para 208 no ano passado.
De acordo com o relatório anual "Violência contra jornalistas e liberdade de imprensa no Brasil", o presidente Bolsonaro foi responsável pela maior parte desse aumento. Sozinho, realizou 121 dos ataques, dos quais 114 foram ofensivas genéricas e generalizados, além de sete agressões diretas a jornalistas.
A maior parte desses ataques (116) foi feita em mensagens oficiais da Presidência – discursos e entrevistas do presidente, transcritos no site do Palácio do Planalto – ou no Twitter de Bolsonaro. Outros cinco casos de agressões ocorreram em entrevistas/conversas com jornalistas que não foram reproduzidas pelo site do Planalto.
"A postura do presidente da República – ou melhor, a falta dela – mostra que, de fato, a liberdade de imprensa está ameaçada no Brasil. O chefe de governo promove, por meio de suas declarações, sistemática descredibilização da imprensa e dos jornalistas. Com isso, institucionaliza a violência contra a imprensa e seus profissionais como prática de governo", afirma o documento.
Além dos ataques verbais, a Fenaj cita também medidas legislativas tomadas pelo presidente contra a imprensa, entre elas a Medida Provisória que elimina a exigência do registro profissional para exercício da profissão de jornalista.