A onda de ataques das facções gerou uma nova leva de prisões. A Polícia Civil do Ceará cumpriu, ontem, 48 mandados. Foram 38 prisões, seis apreensões de adolescentes infratores e quatro buscas e apreensões. A ação, realizada por mais de 120 policiais, foi batizada como "Eirene", alusão à deusa grega que é a personificação da paz, e foi uma fase da "Operação Contra-Ataque".
Segundo o balanço parcial da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), 125 pessoas foram capturadas por participação nos atos criminosos registrados desde sábado (21). Desse número, 93 são maiores de idade e 32 são adolescentes.
"É uma grande operação, pois todos os capturados são ligados ao grupo que vem promovendo as ações criminosas", destacou André Costa, secretário de segurança pública.
O governador Camilo Santana esteve na tarde de ontem no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa da Polícia Civil (DHPP). "Em nome desses policiais, destaco o grande trabalho que tem sido feito pelas Forças de Segurança do Ceará, que tem agido unida e de forma incessante", disse em vídeo divulgado nas redes sociais.
Até o início da noite de ontem, o oitavo dia de ataques teve apenas três ocorrências - duas no Interior e uma na Capital: incêndio de caminhão em São Luís do Curu, ataque a posto de saúde em Paramoti e incêndio de ônibus escolar no Parque São Vicente, em Fortaleza.
Entre as ações consideradas importantes para a descoberta de quem está por trás da onda de ataques no Ceará, a Justiça autorizou a transferência de Ednal Braz da Silva, 46, o Siciliano. Ele foi removido para o penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Siciliano é apontado pela Polícia Federal como responsável por ordenar ataques a torres de telefonia de Maracanaú em abril deste ano. Ele estava preso em Recife desde 2013. O Ministério Público cearense também solicitou a transferência de 12 detentos do Ceará para presídios federais.
O promotor Rinaldo Janja, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), disse que "não resta dúvida" de que os detentos presos no estado articularam as ações dos últimos dias.
Ontem à noite, a Polícia Militar iniciou uma operação com 2 mil agentes da segurança nas ruas de Fortaleza e da Região Metropolitana. Simultaneamente, equipes de inteligência fizeram levantamento de pontos onde há concentração de delitos.
De acordo com o comandante da PM, Alexandre Ávila, "a intensificação da operação ocorre nos bairros onde é mais comum acontecerem ataques. A presença policial rápida, a maior ostensividade e a agilidade no tempo de resposta têm feito com que as ações tenham dados minimizados, na medida do possível", avaliou.
A partir do Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, na avenida Aguanambi, as viaturas se dividiram pela cidade, principalmente, onde houve registro de ataques criminosos. Além dos municípios de Maranguape, Caucaia e Maracanaú, receberam maior atenção bairros como Planalto Ayrton Senna, Mondubim, Parque Santana, São Cristóvão, Conjunto Palmeiras, Cidade 2000, Bom Jardim e Vila Manuel Sátiro, Aldeota, Papicu e Varjota. A ação, que se estendeu pela madrugada, contou com mais 250 viaturas.
(O Povo)
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