sexta-feira, 26 de julho de 2019

Moro diz que mensagens hackeadas serão descartadas; PF diz que vai preservá-las


Depois de o ministro Sergio Moro (Justiça) dizer durante ligação ao presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de Noronha, que o material obtido pelos acusados, presos temporariamente na última 3ª feira (23.jul.2019), de hackear celulares de autoridades vai ser descartado para não devassar a intimidade dos envolvidos, a Polícia Federal informou nesta 5ª feira (25.jul) que o conteúdo será preservado, “pois faz parte de diálogos privados, obtidos por meio ilegal”.

A prisão temporária dos invasores faz parte da operação Spoofing foi autorizada pelo juiz Vallisney de Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal, em Brasília. Na decisão, afirmou que há “fortes indícios de que os investigados integram organização criminosa”.

Na nota divulgada pela PF (eis a íntegra), a corporação diz que “cabe à Justiça, em momento oportuno, definir o destino do material, sendo a destruição uma das opções”.

A informação de que as mensagens seriam descartadas foi dada por Moro ao presidente do STJ. Por meio de nota emitida pelo Tribunal também nesta 5ª, Noronha afirma que recebeu uma ligação do ministro da Justiça, informando que seu nome constava na lista de autoridades hackeadas.
A assessoria do ministro Sergio Moro afirmou nesta noite que o conteúdo das mensagens “está preservado, até por questões de privacidade”.

Nessa 4ª feira (24.jul), a PF afirmou que aproximadamente 1.000 números telefônicos foram alvo dos hackers. Diversas autoridades podem ter tido seus números invadidos, entre elas, o presidente Jair Bolsonaro, ministros do STF e o próprio Moro.

O comunicado do STJ diz ainda que o presidente da Corte “está tranquilo porque não tem nada a esconder e que pouco utilizava o Telegram”.

“O ministro Moro informou durante a ligação que o material obtido vai ser descartado para não devassar a intimidade de ninguém. As investigações sobre o caso são de responsabilidade da Polícia Federal, a quem cabe responder sobre o caso”,  diz outro trecho da nota.

O ministro Marco Aurélio Mello do STF (Supremo Tribunal Federal) disse nesta 5ª que caberá ao Judiciário decidir qual será o destino das mensagens apreendidas.

“Cabe ao Judiciário decidir isso, e não à Polícia Federal”, afirmou.

(Poder 360)

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