quarta-feira, 5 de junho de 2019
Ceará foi o estado com a maior taxa de homicídios do Brasil em 2017
O número de homicídios no Ceará cresceu 181% entre os anos de 2007 e 2017. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 5, no Atlas da Violência 2019, que foi elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
De acordo com a pesquisa, o Ceará foi o estado com o maior aumento na taxa de homicídio em 2017, ano que se atingiu o recorde histórico das mortes violentas. Cresceram também as taxas de mortes de mulheres, jovens e adolescentes. O aumento das mortes evidenciou, conforme o Atlas, a presença das facções dentro dos presídios e dos bairros de Fortaleza.
Crescimento da violência
Em 2007, foram 1.993 homicídios no Estado. No ano seguinte, quantidade chegou a 2.019. Em 2009, o número seguiu com aumento para 2.165 e em 2010 foram 2.688 homicídios. A partir de 2011, os aumentos ficaram mais significativos, com 2.792 homicídios em 2011, 3.841 em 2012, 4.473 em 2013 e 4.626 em 2014.
A partir de 2015 os números apresentaram queda. Foram 4.163 homicídios naquele ano e 3.642 casos em 2016. Em 2017, o número saltou para 5.433.
Ao todo, durante a década, o aumento foi de 181,1%. Entre 2012 e 2017, a variação foi de 41%. Já de 2016 a 2017 o registro também foi de aumento, neste caso, de 49,2%.
O Atlas da Violência também mostrou os números que correspondem aos homicídios de jovens. No Ceará, o percentual de homicídios por faixa etária de 15 a 29 anos de idade apresenta aumento de 214,1% no período de 10 anos. No ano de 2007, foram contabilizados 1.066 casos. O crescimento foi ano a ano, até chegar a 3.348 em 2017.
Redução de homicídios
Apesar do número elevado entre os anos de 2007 e 2017 divulgado pelo Atlas da Violência, em 2019, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS), em 2019, divulgou a redução no número de homicídios de janeiro a março. É o menor número de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs) em 10 anos. Número inferior ao de 2019, sendo considerado o melhor resultado da década. 12 meses seguidos de redução no Ceará e 13 meses em Fortaleza.
No começo de 2019, o Ceará foi alvo de uma série de ataques relacionados a facções criminosas, em virtude da nova gestão penitenciária. Houve atuação dos profissionais da segurança no Estado, da Força Nacional, que enviou agentes para o Ceará, e também dos demais órgãos da segurança pública, como Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público do Estado do Ceará e Prefeitura de Fortaleza.
(O Povo)