Único Estado em que nem Fernando Haddad (PT) nem Jair Bolsonaro (PSL) venceram na primeira etapa da disputa presidencial, o Ceará será disputado pelas duas candidaturas até o último momento neste segundo turno. Protagonistas do embate por votos no Estado, algumas lideranças políticas, porém, têm se colocado favoráveis a postulações que diferem do posicionamento nacional das siglas.
O governador Camilo Santana (PT) já se reuniu com deputados estaduais, federais e o senador Cid Gomes (PDT) para mobilizar a militância em favor de Fernando Haddad. Já Heitor Freire (PSL), Capitão Wagner (PROS) e o senador eleito Eduardo Girão (PROS) atuam na frente em prol de Jair Bolsonaro.
Oficialmente, além do PSL, definiram apoio a Bolsonaro PSC e PTB. Já Haddad tem como aliados "críticos" PDT, PSB e PSOL, além do PPL e PCdoB. A presidente da Rede, Marina Silva, e o presidente do DC, José Maria Eymael, sinalizaram alinhamento ao petista. Outras siglas defenderam neutralidade, caso do DEM, MDB, NOVO, Patriota, Podemos, PP, PPS, PR, PRB, PSD, PSDB e SD.
No Ceará, porém, há casos de desrespeito às orientações partidárias. Presidente do PTB no Estado, Arnon Bezerra, por exemplo, esteve com Fernando Haddad no fim de semana, enquanto a legenda apoia Bolsonaro.
Gerou mal-estar entre a cúpula local do DC o fato de José Maria Eymael ter defendido um "pacto nacional pela democracia" com Fernando Haddad. Presidente do partido no Ceará, Ely Aguiar lembrou que, "independente de tudo isso, o Democracia Cristã no Ceará é Bolsonaro".
Outro caso que chama atenção é o do PROS, presidido no Estado pelo deputado Capitão Wagner, que apoia Bolsonaro no Ceará, embora o partido faça parte da chapa do PT. Ele explica, contudo, que o apoio local ao PSL foi acordado com a direção nacional.
Líder do MDB, o senador Eunício Oliveira já afirmou que votará em Haddad. No entanto, alguns parlamentares da sigla já sinalizaram voto em Bolsonaro. Nacionalmente, o MDB liberou os filiados.
Outras siglas
O Avante compôs a chapa de Ciro Gomes (PDT) no primeiro turno, mas, no Ceará, defende Bolsonaro. Gelson Ferraz, vice-presidente do PRB, afirmou que a legenda liberou os filiados, mas a tendência é de voto em Bolsonaro por conta do apoio do líder religioso Edir Macêdo ao PSL. Domingos Neto (PSD) informou que manterá a neutralidade do partido, mas dialoga com a presidência do PSL no Ceará.
Já Jerônimo Ivo, presidente do NOVO, afirmou que não votará no PT, mas ponderou que os filiados estão liberados. O ex-presidente do PSDB no Ceará, Luiz Pontes, também frisou que não há possibilidade de apoio a Haddad. O candidato derrotado no Ceará, General Theophilo, e os neotucanos Fernanda Pessoa e Roberto Pessoa já declararam voto em Jair Bolsonaro.
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DN)