O senador do PDT de Rondônia Acir Gurgacz foi condenado à prisão por crimes contra o sistema financeiro pelo Supremo Tribunal Federal em fevereiro e mesmo assim decidiu se candidatar ao governo do estado, apesar de ter ficado sujeito à Lei da Ficha Limpa.
Em agosto, recebeu de seu partido R$ 1 milhão do fundo eleitoral, mantido com recursos públicos, para a campanha. Na última terça-feira (25), o STF determinou que ele começasse já a cumprir a pena de quatro anos e meio de prisão.
O deputado federal João Rodrigues, de Santa Catarina, está condenado a cinco anos e três meses de prisão por dispensa irregular e fraude a licitação, pena que já passou a cumprir neste ano. Após idas e vindas, o Supremo determinou no início de setembro que ele voltasse a permanecer no regime semiaberto.
Poucos dias antes, o PSD, seu partido, destinou R$ 200 mil do mesmo fundo a ele.
Além de Rodrigues e Gurgacz, 17 políticos que são réus em ações penais no Supremo Tribunal Federal já receberam repasses dos fundos eleitoral e partidário, em uma soma que passa de R$ 23,5 milhões.
Em comparação, o Museu Nacional, que pegou fogo no Rio há um mês, precisava de R$ 520 mil anuais para a manutenção básica.
O levantamento da Folha identificou verbas para réus determinadas pelos principais partidos, como PT, PSDB e MDB. Não há restrições para uso do fundo com esses políticos.
O deputado federal do Amapá Roberto Góes, também do PDT, foi condenado em 2016 a dois anos e oito meses de prisão por irregularidades quando foi prefeito de Macapá. Ele ainda tem recursos pendentes nesse caso e se candidatou à reeleição neste ano. Agora, recebeu R$ 500 mil da direção nacional pedetista.
(Folha)