segunda-feira, 24 de setembro de 2018
Romaria no Caldeirão atrai milhares de pessoas: Pedro Lobo vai investir no turismo religioso local
O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, em Crato, realizou sua 19ª Romaria no último domingo, 23. Com o tema “Camponeses em defesa da vida e dos direitos”, o padre Vileci Basílio celebrou a missa de abertura. Pedro Lobo participou das solenidades e afirmou que investirá no turismo religioso e na preservação histórica do local.
O chapéu de palha, instrumento símbolo do camponês é também uma marca do romeiro para se proteger do sol. De longe eram avistados aos milhares na multidão que cedo se formava no Caldeirão, distrito de Dom Quintino. Pedro Lobo destacou que o local é um dos destinos de vocação de turismo do Cariri, porém, o acesso necessita ser ampliado.
“O Caldeirão não é apenas um lugar belíssimo, mas, também, rico em cultura e história do nosso povo. História de resistência política e social. O início do socialismo. Essa memória precisa ser preservada. Vou lutar para que seja tornado patrimônio histórico do Ceará e tornar mais acessível à visitação. Muita gente da própria região não conhece a história do Caldeirão. É preciso fazê-las terem acesso a esse conhecimento e atrair pessoas de fora também. Por isso, vou buscar investimentos para urbanização e acesso”, ponderou.
Segundo o padre Vileci Vidal, que coordena as atividades no local, o Caldeirão exerceu uma reforma agrária popular. Em uma década, a agrovila possuía dois açudes, um engenho de rapadura, uma casa de farinha, armazém, marcenaria, casa de ferreiro, aviamento de couro, barro e cerâmica, criação de animais, cultivo de frutas e cereais. Após a morte do padre Cícero, quase mil pessoas foram aniquiladas no primeiro bombardeio aéreo do Brasil, em 1937.
Durante a missa, padre Vileci ressaltou que o campesinato não está morto. “A romaria da Santa Cruz do Deserto é um resgate histórico da espiritualidade vivida pelo povo do Caldeirão sob a liderança do beato José Lourenço. E nesta romaria, queremos resistir à violência no campo, nos comprometendo a defender a vida e os direitos dos camponeses”, apontou padre Vileci.
O Caldeirão foi liderado pelo beato José Lourenço e ainda guarda valores daquela época, como a luta pelo acesso à terra e às garantias sociais. Pratica a agricultura orgânica, o armazenamento de sementes crioulas, o uso alternativo da água e a valorização da agricultura familiar. Todas essas bandeiras são defendidas por Pedro Lobo, candidato a deputado estadual.
Ao final, os padres e o movimento de mulheres fizeram homenagem às vítimas de feminicídio no Ceará e relembraram as mortes recentes de mulheres em Crato. A mensagem final foi a favor da paz e do respeito à vida.
(Assessoria de Imprensa)