O Ministério Público Eleitoral (MPE) encontrou 1.077 irregularidades em cerca de 20 mil pedidos de registros de candidaturas para as eleições deste ano. Nesse montante, 767 estão sendo investigadas, enquanto 310 foram alvos de pedidos de indeferimento pelos procuradores que atuam no processo eleitoral de todo o país. Mais da metade das impugnações — 57,5% — refere-se a situações em que se aplicam à inelegibilidade pela Lei da Ficha Limpa. Um desses casos é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância e atual candidato à presidência da República pelo PT.
Lula tornou-se alvo de impugnação de candidatura por parte da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em 15 de agosto, horas após o Partido dos Trabalhadores oficializar o nome dele para o pleito. O ex-presidente não é o único. Os presidenciáveis Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Jair Bolsonaro (PSL) também tiveram registro questionado na Corte Eleitoral por advogados.
Os dados ainda são parciais, pois cerca de 8 mil solicitações de registros de candidatos em diversos estados e no Distrito Federal estão pendentes de análise. A verificação das informações foi facilitada pelo acordo firmado entre o MP Eleitoral, o Conselho Nacional de Procuradores-Gerais de Contas e o Tribunal de Contas da União (TCU). Nas impugnações promovidas por partidos e candidatos, a Justiça Eleitoral tem até 17 de setembro para rejeitar ou não as solicitações. De acordo com o vice-procurador-geral Eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, a atuação do MPE deve ser rápida, efetiva e uniforme nas eleições, com o objetivo de “assegurar respostas claras e firmes à população”.
(Correio Barsiliense)