A duas semanas do fim do período das convenções partidárias,
os cinco primeiros colocados nas pesquisas de intenção de voto (Lula,
Bolsonaro, Marina, Ciro e Alckmin) ainda esbarram em dificuldades para escolher
um vice e consolidar suas chapas na corrida ao Planalto.
Indefinição no processo tem emperrado negociações e
fragilizado candidaturas, apontando isolamento de postulantes. Caso do capitão
da reserva e deputado federal carioca Jair Bolsonaro (PSL).
Oficializado candidato no último domingo, o parlamentar
tinha expectativa de que Janaína Paschoal aceitasse convite para
ocupar o posto de vice. Nessa segunda, porém, a autora do processo que deu
sustentação ao impeachment de Dilma Rousseff (PT) disse ao PSL que precisaria
de mais tempo antes de bater o martelo e que faria uma consulta à família.
Internamente, Bolsonaro já opera com alternativas. Caso se
confirme recusa de Janaína, será a terceira negativa que o candidato ouvirá em
duas semanas — as outras duas foram do senador Magno Malta, do PR, e do general
Augusto Heleno (PRP).
Também ontem o empresário Josué Gomes (PR) se mostrou
vacilante entre aceitar ou não proposta de Geraldo Alckmin (PSDB) para ocupar a
vice na chapa. Num almoço com o presidenciável, o mineiro sugeriu ao paulista
que ficasse à vontade para pensar noutro nome na composição
Filho de José Alencar (1931-2011), vice de Lula nos dois
mandatos presidenciais, Gomes é proprietário da Coteminas. Apadrinhado por
Valdemar Costa Neto, que comanda o PR, é disputado pelos arquirrivais PSDB e
PT.
Gomes tinha encontro agendado ontem com Fernando Pimentel
(PT), governador de Minas Gerais, que disputa a reeleição no estado contra o
tucano Antonio Anastasia. O PT acena ao empresário com a vaga de vice do bloco
de Pimentel.
A conversa com o chefe do Executivo estadual foi adiada a
pedido do petista. Primeiro candidato a ser avalizado em convenção, o
ex-ministro Ciro Gomes (PDT) vem tropeçando na escolha de um vice, o que
dificulta a pavimentação de alianças para as eleições presidenciais.
Até a semana passada, o pedetista ainda mantinha tratativas
com os partidos do centrão (DEM, PP, PR, SD e PRB), que decidiram se coligar ao
PSDB de Alckmin na última quinta. Agora, Ciro investe no PSB, sigla a qual vem
ofertando o posto de vice-presidente na na briga.
Segunda colocada nas pesquisas de votos nos cenários sem
Lula, atrás apenas de Bolsonaro, Marina Silva também patina na definição de
vice.
(O Povo)