Karina estava grávida de PM marido da escrivã |
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) denunciou a escrivã da Polícia Civil, Ludmilla Freitas Andrade, 37 anos, e a empregada doméstica Antônia Campos Dias, 39, pelo homicídio de Karina Firmino de Freitas, 21. A denúncia é do dia 22 de maio de 2018. Segundo o MPCE, o crime ocorreu na cidade de Acopiara, Região Centro-Sul, no dia 4 de maio de 2016, no entanto ainda não há prisões relacionadas à execução.
A investigação realizada confirmou que Karina mantinha um relacionamento amoroso desde 2014, com o policial militar Thiago Martins Teixeira Florentino, que é casado com a policial civil Ludmilla. Conforme o Ministério Público, durante o relacionamento extraconjugal a vítima engravidou e deu à luz a um menino. A paternidade atribuída ao policial foi confimada por exame de DNA em 2016.
No entanto, depois que descobriu o relacionamento amoroso entre Thiago e Karina, a escrivã passou a ligar para a mãe da vítima demonstrando decepção e tristeza, além de comentários ameaçadores como "ela não ouse a me desafiar".
No depoimento de uma testemunha foi relatado que Karina havia saído com Thiago no dia anterior do crime e indagada sobre o passeio, a vítima teria dito que soube de uma notícia ruim e que o soldado havia confidenciado que a escrivã iria mandar matá-la.
A empregada doméstica da escrivã teria procurado uma mulher para que agredisse a vítima. Ela deu uma fotografia de Karina, retirada do Facebook, e forneceu o número de telefone da vítima. No entanto, a mulher rejeitou o pedido.
Em gravações obtidas por interceptação telefônicas, se confirmou que a empregada doméstica da escrivã mantinha contato com pessoas ligadas à prática de crimes na cidade de Acopiara. Em determinada ligação, ela afirmou que tinha um "presente de R$ 2 mil" e que se o homem fosse preso viajaria uma outra pessoa para Acopiara para evitar a prisão.
O Núcleo de Investigação Criminal Ministério Público do Estado do Ceará (Nuinc) interceptou novas ligações em que a empregada doméstica era orientada pela escrivã sobre os depoimentos. A policial civil tentava interferir no curso das investigações depois do crime, chegando a dizer que "Karina" a "infernizava mesmo depois de morta".
A empregada doméstica é apontada como uma espécie de intermediadora entre a escrivã e os executores do crime, que não foram identificados. Já a escrivã é apontada como a mandante.
(O Povo)