A paralisação dos transportes rodoviários em todo país é fruto direto de uma política desastrosa dos preços de combustíveis da Petrobras do governo Temer. O protesto é justo devido aos aumentos abusivos e constantes. Foram absurdos 229 reajustes no preço do diesel nos últimos dois anos. Nos 12 anos de governo do PT, foram apenas 16 reajustes.
Desde 3 de julho do ano passado, quando a Petrobras mudou a política de preços para incluir no cálculo a variação do valor do petróleo no mercado internacional, o diesel subiu 56,5%, e a gasolina 53,4%.
Conforme explica a Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), ao contrário do que apregoa o governo e a grande mídia, essa nova política de preços em nada tem a ver com valorização da estatal. Pelo contrário. O que o governo busca é favorecer as grandes petroleiras internacionais.
Tanto que, além dos preços exorbitantes que vem praticando, a empresa ainda reduziu o refino de petróleo, e a ociosidade de suas refinarias chegou a um quarto da capacidade instalada. Tudo isso com o objetivo viabilizar as importações de concorrentes, afirmam os engenheiros.
E, para isso, a política do governo Temer tem se mostrado eficiente. Conforme a nota da AEPET, a importação de diesel foi multiplicada por 1,8 desde 2015, quase dobrou. Já as compras dos Estados Unidos foram multiplicadas por 3,6, quase quatro vezes mais.
O governo é o grande responsável pela crise, pois promove o sacrifício da população brasileira a fim de gerar lucros no exterior, para as grandes multinacionais do petróleo. Não foi a crise que criou o caos, mas o caos político e financeiro causado pelo governo Temer que fez surgir a crise.
Não existe solução autoritária para o impasse. Nem intervenção militar resolve, muito menos radicalismo por parte de outros. A saída para a situação é reverter essa política extremamente pró-mercado externo e voltar a privilegiar uma política racional de preços dos combustíveis. Tal medida ainda teria a vantagem de fortalecer o mercado interno e a própria empresa. E, para isso, se faz necessária e urgente a saída do presidente da Petrobras, Pedro Parente.
Como ressaltam os engenheiros da estatal, entre 2011 e 2015, quando o governo Dilma adotou o controle dos preços, a “geração de caixa da companhia foi pujante, sempre superior a 25 bilhões de dólares”.
Sempre defenderemos soluções democráticas e justas para o país. Exigimos a recuperação plena da Petrobras e de seu papel estratégico, além de uma política justa e soberana dos preços de combustíveis.
José Guimarães, líder da Oposição
Weverton Rocha, líder da Minoria
Paulo Pimenta, líder do PT
Júlio Delgado, líder do PSB
André Figueiredo, líder do PDT
Orlando Silva, líder do PCdoB