O presidente Michel Temer está sendo cada vez mais pressionado a mudar a articulação política do Palácio do Planalto. Agora, a cúpula do PMDB engrossou o coro dos descontentes e quer que o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, acumule a função, a exemplo do que fez às vésperas da votação da segunda denúncia contra Temer, por obstrução da Justiça e organização criminosa, barrada pelo plenário da Câmara.
Até hoje, era apenas o Centrão – grupo formado por partidos médios, como PP, PR e PSD – que insistia em pedir a cabeça do ministro da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, filiado ao PSDB. Mas, após o aumento do racha entre os tucanos – revelado pelo número maior de deputados contrários a Temer –, o PMDB passou a cobrar a antecipação da reforma ministerial.
Temer gosta de Imbassahy e resiste a atender ao pedido dos correligionários. A ideia do presidente é fazer trocas na equipe somente em 2018, até abril, quando quem for disputar as eleições tiver de deixar o cargo. Dos 28 ministros, ao menos 12 serão candidatos e deverão abandonar o posto para concorrer.
Prestes a ser rebatizado com o nome de MDB e a adotar um perfil de centro direita na campanha, o dividido PMDB vai reembalar sua imagem, na tentativa de amenizar o desgaste sofrido com a Lava Jato. Com esse plano, a cúpula do partido quer voltar a ter um peemedebista na coordenação política do governo, para fazer a ponte entre Planalto e Congresso. Antes de Imbassahy, quem ocupava essa cadeira era Geddel Vieira Lima, hoje preso.