sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Gastos com aposentadoria do funcionalismo no Ceará cresceram 57% em 10 anos


Os gastos no Ceará com aposentados e pensionistas chegaram a R$ 3 bilhões no ano passado. Segundo o Ipea, o crescimento nas despesas previdenciárias entre 2006 e 2016 foi de quase 57% com os inativos. Os dados também mostram que, nesse mesmo período, o déficit previdenciário do estado ficou entre 6,5% e 13%.
Em pesquisa divulgada pelo IBGE, a previsão é de que o número de idosos no País em 2060 supere o número de pessoas economicamente ativas, sendo 63 aposentados para cada 100 pessoas na ativa. Acontece que quem custeia o valor pago aos inativos é quem está na ativa.
O ex-ministro da Previdência Social José Cechin acredita que o déficit no sistema é crescente. Para ele, esse fator pode atrasar o desenvolvimento do Brasil.
“O fato é que temos um elevadíssimo gasto com previdência e, por conta disso, falta dinheiro para a saúde. Pelo fato de termos um elevadíssimo gasto na previdência, nós temos nossos produtos caros, não conseguimos exportar na quantidade que deveríamos. As exportações são mais vantajosas e com isso não geramos emprego.”
A reforma da Previdência deve ser votada ainda neste ano e traz como principal mudança a regra de transição, com idade mínima definida para aposentadoria. Se aprovada, a reforma determina o limite de 62 para as mulheres e 65 para os homens até 2038. Para José Cechin, a medida é necessária, já que hoje muitos se aposentam cedo, gerando gastos excedentes ao setor.
“A aposentadoria por tempo de serviço que acontece aos 50 anos de idade ou até antes disso não é razoável, a pessoa não perdeu a força de trabalho. Ela é plenamente capaz, no auge, na verdade, de sua capacidade.”
Para ser aprovada, a reforma precisa passar em dois turnos no plenário e ter 308 dos 513 votos favoráveis.
(Agência do Radio Mais)

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