A negativa
do senador Tasso Jereissati (PSDB) sobre a candidatura ao Governo do Estado no
ano que vem caiu como uma ducha de água fria na oposição. Para lideranças do
bloco opositor, a decisão do tucano esfria as articulações adversárias ao
Palácio da Abolição e aproxima o senador Eunício Oliveira (PMDB) do governador
Camilo Santana (PT)
Desde que
Tasso admitiu a aliados, na primeira semana de outubro, em reunião reservada, a
possibilidade de se candidatar pela quarta vez ao Executivo cearense, a
oposição havia ressuscitado os projetos eleitorais para o ano que vem.
“Não, não
existe essa possibilidade, não (de concorrer ao governo). Não é viável. Eu
defendo sempre renovação, há muito tempo que eu defendo renovação. Eu acho que
é ruim a perpetuação de uma geração no poder, tem que dar espaço a novas
lideranças”, disse na manhã de ontem o senador tucano ao jornalista Luiz Viana,
em entrevista ao programa O POVO no Rádio, na rádio O POVO/CBN.
Foi a
primeira declaração pública do parlamentar sobre as conversas de bastidores que
giravam em torno da candidatura do tucano como meio de fortalecer a oposição,
atualmente enfraquecida.
O deputado
estadual Leonardo Araújo (PMDB) reconhece que a fala do ex-governador
representa um “baque” para a ala opositora, tendo em vista a necessidade da
formação de um bloco forte para 2018.
“No momento
em que o Tasso diz que não é candidato, abrem-se as portas para um acordo entre
Eunício e o governo. Eunício não pode ser bucha para a campanha de ninguém. O
PMDB do Ceará precisa dele reeleito”, disse o deputado, que sempre foi contra a
aliança do presidente do Senado com Camilo.
O
peemedebista prevê ainda um enfraquecimento do bloco PMDB/PR/PSDB, caso se
confirme a saída do senador do PSDB do cenário eleitoral de 2018. Ele avalia
que, “sem um nome competitivo, fica inviável para a oposição” disputar a
sucessão do petista, que tem maioria de prefeituras e na Assembleia Legislativa
do Ceará (AL-CE).
Também
falando em nome dos adversários do governador na AL-CE, o deputado estadual
Roberto Mesquita (PSD) diz que a “ducha de água fria” dificulta a vida da
oposição pela necessidade de encontrar um substituto de Tasso que tenha “a
mesma credibilidade” política.
Mesquita,
que tentou se aliar ao governo ainda em 2015, admite que a recusa do senador
tucano reforça ainda mais a possibilidade de aliança eleitoral entre Camilo e
Tasso.
“E eu acho
que já deve estar acontecendo (aproximação) pelo gesto e sinalizações dadas de
ambas as partes. A aproximação já existe e é bem concreta”, declarou.
Adversários
em 2014, Camilo e Eunício tem feito encontros em Brasília. Dos dois lados, o
discurso é o mesmo: reunião institucional. O Povo