domingo, 2 de abril de 2017
Chuvas de fevereiro e março foram maiores do que o esperado
Pela primeira vez, desde o início deste ciclo de seca, o Ceará conseguiu superar a média de precipitações esperadas para os dois primeiros meses da quadra chuvosa. O acumulado de fevereiro e março deste ano foi de 361,2 milímetros (mm), o que representa um volume 12% maior que o aguardado para o bimestre. Desde 2011, o Estado não ultrapassava a média normal para os dois meses, que é de 322 mm.
O acumulado dos últimos dois meses também foi o maior registrado no Estado desde 2008, quando as chuvas de fevereiro e março chegaram a 428 mm. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia (Funceme).
O mês de março, que é o mais chuvoso do ano, normalmente, conseguiu ser de boas precipitações em todo o Estado. O mês fechou com 206,3 mm — 1,4% maior que a média histórica do período. Os maiores acumulados do mês foram no Litoral de Fortaleza (410,8 mm), no Litoral Norte (292 mm) e no Maciço de Baturité (277,2 mm).
Os maiores registros ficaram concentrados na porção Norte do Estado. Na parte Sul, os volumes não conseguiram alcançar a média normal. A situação mais grave é a do Cariri, que ficou com 22,8% do volume abaixo do esperado para o mês. A região Jaguaribana (-8,3%) e o Sertão Central/Inhamuns (-8,5%) também não conseguiram alcançar a média.
Sistema
A Funceme explica que a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o sistema que vem trazendo chuvas para o Ceará. Ele perde força quando se direciona para o Sul. O ideal, segundo o órgão, seria a influência de outros sistemas para trazer chuvas para as regiões com precipitações abaixo da média.
Para o mês de abril, a previsão é de que as chuvas continuem sendo registradas de maneira constante, ainda por atuação da ZCIT.
As precipitações dos últimos dois meses, de acordo com os meteorologistas, ainda não são suficientes para colocar o Ceará em uma situação hídrica confortável, já que não tiveram condições de abastecer significativamente os grandes reservatórios. No entanto, as chuvas deste ano já permitiram o aporte em pequenos açudes e auxiliam à agricultura.
(O Povo)