Técnicos que tiveram acesso ao áudio do gravador de voz do avião que caiu em Paraty (RJ) com o ministro do STF Teori Zavascki disseram que o piloto fez comentários sobre o tempo e falou na gravação que iria esperar a chuva passar para pousar, de acordo com informações do Bom Dia Brasil. Em seguida, a gravação é interrompida.
A aeronave caiu no mar perto de Paraty, na última quinta-feira (20). Além de Teori Zavascki, que era relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, morreram o piloto e os outros três passageiros.
O gravador de voz do avião está em Brasília desde sábado (21), quando os peritos da Aeronáutica começaram a análise. Uma preocupação inicial era que parte do equipamento tivesse sido danificada pela água do mar. Mas a Aeronáutica conseguiu extrair todo o áudio da gravação, que registra o que foi dito pelo piloto, seja com outros passageiros ou com o controle de tráfego aéreo, nos últimos 30 minutos do voo.
As investigações e o trabalho dos peritos vão continuar para apurar o que de fato levou à queda do avião.
Segundo o colunista do G1 Matheus Leitão, a Justiça Federal de Angra dos Reis (RJ) determinou à Aeronáutica que compartilhe as gravações e os dados sobre o acidente aéreo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal – os dois órgãos também instauraram inquéritos para investigar a queda do avião.
A morte de Teori Zavascki
Ministro do STF desde 2012, indicado pela então presidente Dilma Rousseff, Teori Zavascki morreu aos 68 anos e deixou três filhos. Além da relatoria da Lava Jato, no gabinete dele há mais de 7,5 mil processos.
A morte do ministro gerou um ambiente de consternação nos meios político e jurídico. O presidente Michel Temer anunciou no sábado que só vai nomear um novo ministro para a Corte depois que o STF designar um novo relator para a Lava Jato.
Pelo regimento, há diversas possibilidades sobre o relator. Uma delas seria um sorteio entre os ministros que atuam hoje no Supremo.
Além de Teori, morreram no acidente o dono do Grupo Emiliano e do avião, Carlos Alberto Filgueiras – que era amigo do ministro –, o piloto Osmar Rodrigues, a massoterapeuta Maira Lidiane Panas Helatczuk, e a mãe dela, Maria Ilda Panas. O misitro do STF estava de férias e viajava para a casa de praia do empresário.
(G1)