segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Recessão no país - Temer é aconselhado a demitir Henrique Meirelles

Os principais conselheiros e aliados políticos do presidente Michel Temer, alegando necessidade de medidas urgentes para combater a recessão, passaram a defender ajustes na economia e a substituição do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Mas, o presidente da República reagiu: aceita a primeira proposta e até anunciou um pacote de dez medidas “microeconômicas”, a ser divulgado nos próximos dias, mas se recusa veementemente a trocar o ministro.
""Falar em troca de ministro da Fazenda agora não é um desserviço apenas ao governo, mas ao país. Por isso, quero desfazer de forma contundente, categórica, todas as iniciativas danosas nesse sentido", disse ao O Globo.
Mas reconheceu ser preciso “impulsionar a economia a partir de agora, com essas dez medidas”, que serão conduzidas “pelo ministro Henrique Meirelles, portador da mais absoluta confiança e apoio do presidente da República”. Temer reconheceu que existem “movimentações”, para evitar a palavra pressões, para a saída de Meirelles. Ressaltou, porém, que nenhum dos seus interlocutores apresentou objetivamente esse tema a ele.
"O que tem havido, e isso não posso negar, são ponderações no sentido de que o governo, pelo curto espaço que tem, não pode esperar de braços cruzados a retomada do crescimento econômico, prevista somente para o segundo semestre do próximo ano. Concordo, mas aviso: essa tem sido também uma preocupação constante não só minha, mas principalmente do ministro da Fazenda.
O Globo apurou que entre os conselheiros e aliados do presidente da República, os mais veementes defensores da saída de Meirelles são os presidentes da Câmara e do Senado, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Renan Calheiros (PMDB-AL), respectivamente, o ex-ministro Romero Jucá (PMDB-PE), o líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira, e os senadores tucanos Aécio Neves e Tasso Jereissati.
Pelo menos em dois grandes encontros, a substituição de Meirelles foi debatida por esse grupo. Um deles aconteceu na noite de domingo passado, na casa de Renan, antes da chegada de Temer à reunião. Mas a mais importante delas ocorreu no gabinete do próprio presidente da República com parte da bancada do PSDB, na última quinta-feira.

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