Odebrecht está preso em Curitiba. (Foto: O Globo) |
O Jornal O Globo anuncia em sua edição desta terça-feira (25), que está fechado o acordo entre Marcelo Odebrecht e os procuradores da Operação Lava-Jato para que o empreiteiro possa fazer sua delação premiada. Também já foram fechados os acordos de delação de mais de 50 executivos e funcionários da maior empreiteira do país. Outros acordos ainda estão pendentes de acertos finais entre investigadores e investigados. Após oito meses de negociações, será a maior série de acordos de delação já firmada no país.
Segundo uma fonte do O Globo, os acordos, incluindo o do o ex-presidente da Odebrecht, estão um tom abaixo da expectativa dos procuradores, mas ainda assim, são abrangentes. Para pessoas com acesso à investigação, as acusações atingem “de forma democrática” líderes de todos os grandes partidos que estão no governo ou na oposição. No caixa dois da Odebrecht não havia distinção partidária ou ideológica, diz essa fonte. A regra era exercer o pragmatismo na guerra pelos melhores contratos com a administração pública.
"Não vai ser o fim do mundo, mas são informações suficientes para colocar o sistema político em xeque", resume um dos envolvidos nas tratativas entre investigados, advogados e força-tarefa.
Os acordos de delação darão um novo impulso à Lava-Jato, mas já criaram um problema estrutural para o Ministério Público Federal. Dez investigadores estão destacados para interrogar mais de 50 delatores. Um número, ainda não confirmado, indica a existência de 68 delatores. A tarefa é considerada longa e árdua. Pelos padrões da Lava-Jato, um delator nunca presta menos que dez longos depoimentos. Alguns são chamados para prestar esclarecimentos mais de 50 vezes. Ou seja, não se sabe ainda quantos depoimentos cada investigador terá que conduzir.
Os acordos foram fechados há mais de duas semanas, depois de exaustivas negociações, e deverão ser assinados ao fim dos depoimentos, que devem ser concluídos entre o fim deste ano e o início de 2017. Só depois de homologados é que darão base a novos pedidos de inquérito e, então, à fase mais impactante da Lava-Jato desde o início das investigações, em março de 2014.
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