domingo, 28 de agosto de 2016

Juazeiro no ranking de cidades eficientes, aponta a Folha de São Paulo

Ferramenta inédita lançada pela Folha em conjunto com o Datafolha neste ano eleitoral mostra quais prefeituras entregam mais serviços básicos à população usando menor volume de recursos financeiros.
O Ranking de Eficiência de Municípios - Folha leva em conta indicadores de saúde, educação e saneamento para calcular a eficiência da gestão e apresenta dados de 5.281 municípios, ou 95% do total de 5.569.
Numa escala de 0 a 1, só 24% das cidades ultrapassam 0,50 e, por isso, podem ser consideradas eficientes. Pesquisa nacional do Datafolha mostra que só 26% dos brasileiros aprovam a gestão de suas prefeituras.
No topo do ranking está Cachoeira da Prata (MG), com 3.727 habitantes e heranças deixadas pelo passado industrial forte. Na rabeira estão cidades do Norte, Centro-Oeste e o Rio Grande do Sul.
O levantamento revela que nos 5% menos eficientes, com índice de até 0,30, o funcionalismo cresceu 67% entre 2004 e 2014, em média. A população aumentou 12% no período.
Em crise, os municípios espelham também alguns dos principais desafios do país, como o crescimento do gasto público, a dependência de verbas federais, a perda da dinâmica da indústria e a ascensão do agronegócio.
Duas das cidades no topo do REM-F ficam em Minas Gerais. Ambas têm o que sobressai nas administrações que usam melhor os recursos financeiros em educação, saúde e saneamento.
Cataguases, líder no ranking entre as cidades com mais de 50 mil habitantes (tem 74 mil) e a pequena Cachoeira da Prata (3.727), a primeira no geral, têm um passado industrial forte que deixou heranças à população. Mas o futuro é desafiador.
Elas retratam parte do atual drama nacional: a dependência crescente que os municípios têm dos recursos não gerados localmente e a perda de dinamismo de setores como o industrial, que teve sua fatia no PIB reduzida de 28,5% para 22,7% na última década.
Outras cidades e suas regiões visitadas pela reportagem, como Araraquara (SP), Juazeiro do Norte (CE), Porto Alegre (RS) e Porto Velho (RO) também revelam diferentes eixos e fases na atual dinâmica econômica do país.
'SEM MILAGRE'
Entre todos os Estados, estão no topo do REM-F o Rio Grande do Norte e o Ceará.
Juazeiro do Norte (CE) é o centro da melhor mesorregião nordestina, que é também a terceira melhor do país, atrás de Araraquara e do nordeste fluminense.
A principal iniciativa da atual administração, na esteira do aumento da renda no Nordeste, foi reforçar a arrecadação própria, que saltou de R$ 15 milhões/mês para cerca de R$ 60 milhões.
O prefeito Raimundo Macêdo (PMDB) também restringiu a contratação de funcionários e terceirizou parte da saúde, política adotada por muitos municípios para reduzir custos.
Na maternidade São Lucas, o custo mensal de manutenção caiu de R$ 1,3 milhão/mês para R$ 1 milhão para atender a cidade e o Cariri.
Na educação, além dos altos índices de atendimento destacados no REM-F, a prefeitura arca com 100% do transporte dos alunos.
(Folha Press)

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